Psalms 48:1-150:6

Portuguese(i) 1 Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso Deus, no seu monte santo. 2 De bela e alta situação, alegria de toda terra é o monte Sião aos lados do norte, a cidade do grande Rei. 3 Nos palácios dela Deus se fez conhecer como alto refúgio. 4 Pois eis que os reis conspiraram; juntos vieram chegando. 5 Viram-na, e então ficaram maravilhados; ficaram assombrados e se apressaram em fugir. 6 Aí se apoderou deles o tremor, sentiram dores como as de uma parturiente. 7 Com um vento oriental quebraste as naus de Társis. 8 Como temos ouvido, assim vimos na cidade do Senhor dos exércitos, na cidade do nosso Deus; Deus a estabelece para sempre. 9 Temos meditado, ó Deus, na tua benignidade no meio do teu templo. 10 Como é o teu nome, ó Deus, assim é o teu louvor até os confins da terra; de retidão está cheia a tua destra. 11 Alegre-se o monte Sião, regozijem-se as filhas de Judá, por causa dos teus juízos. 12 Dai voltas a Sião, ide ao redor dela; contai as suas torres. 13 Notai bem os seus antemuros, percorrei os seus palácios, para que tudo narreis à geração seguinte. 14 Porque este Deus é o nosso Deus para todo o sempre; ele será nosso guia até a morte. 49 1 Ouvi isto, vós todos os povos; inclinai os ouvidos, todos os habitantes do mundo, 2 quer humildes quer grandes, tanto ricos como pobres. 3 A minha boca falará a sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento. 4 Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; decifrarei o meu enigma ao som da harpa. 5 Por que temeria eu nos dias da adversidade, ao cercar-me a iniquidade dos meus perseguidores, 6 dos que confiam nos seus bens e se gloriam na multidão das suas riquezas? 7 Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, nem por ele dar um resgate a Deus, 8 (pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus recursos não dariam;) 9 para que continuasse a viver para sempre, e não visse a cova. 10 Sim, ele verá que até os sábios morrem, que perecem igualmente o néscio e o estúpido, e deixam a outros os seus bens. 11 O pensamento íntimo deles é que as suas casas são perpétuas e as suas habitações de geração em geração; dão às suas terras os seus próprios nomes. 12 Mas o homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os animais que perecem. 13 Este é o destino dos que confiam em si mesmos; o fim dos que se satisfazem com as suas próprias palavras. 14 Como ovelhas são arrebanhados ao Seol; a morte os pastoreia; ao romper do dia os rectos terão domínio sobre eles; e a sua formosura se consumirá no Seol, que lhes será por habitação. 15 Mas Deus remirá a minha alma do poder do Seol, pois me receberá. 16 Não temas quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa aumenta. 17 Pois, quando morrer, nada levará consigo; a sua glória não descerá após ele. 18 Ainda que ele, enquanto vivo, se considera feliz e os homens o louvam quando faz o bem a si mesmo, 19 ele irá ter com a geração de seus pais; eles nunca mais verão a luz 20 Mas o homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os animais que perecem. 50 1 O Poderoso, o Senhor Deus, fala e convoca a terra desde o nascer do sol até o seu ocaso. 2 Desde Sião, a perfeição da formosura. Deus resplandece. 3 O nosso Deus vem, e não guarda silêncio; diante dele há um fogo devorador, e grande tormenta ao seu redor. 4 Ele intima os altos céus e a terra, para o julgamento do seu povo: 5 Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um pacto por meio de sacrifícios. 6 Os céus proclamam a justiça dele, pois Deus mesmo é Juiz. 7 Ouve, povo meu, e eu falarei; ouve, ó Israel, e eu te protestarei: Eu sou Deus, o teu Deus. 8 Não te repreendo pelos teus sacrifícios, pois os teus holocaustos estão de contínuo perante mim. 9 Da tua casa não aceitarei novilho, nem bodes dos teus currais. 10 Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de outeiros. 11 Conheço todas as aves dos montes, e tudo o que se move no campo é meu. 12 Se eu tivesse fome, não to diria pois meu é o mundo e a sua plenitude. 13 Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes? 14 Oferece a Deus por sacrifício acções de graças, e paga ao Altíssimo os teus votos; 15 e invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás. 16 Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitares os meus estatutos, e em tomares o meu pacto na tua boca, 17 visto que aborreces a correcção, e lanças as minhas palavras para trás de ti? 18 Quando vês um ladrão, tu te comprazes nele; e tens parte com os adúlteros. 19 Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua trama enganos. 20 Tu te sentas a falar contra teu irmão; difamas o filho de tua mãe. 21 Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que na verdade eu era como tu; mas eu te arguirei, e tudo te porei à vista. 22 Considerai pois isto, vós que vos esqueceis de Deus, para que eu não vos despedace, sem que haja quem vos livre. 23 Aquele que oferece por sacrifício acções de graças me glorifica; e àquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus. 51 1 Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. 2 Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. 3 Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. 4 Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares. 5 Eis que eu nasci em iniquidade, e em pecado me concedeu minha mãe. 6 Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faz-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto da minha alma. 7 Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. 8 Faz-me ouvir júbilo e alegria, para que se regozijem os ossos que esmagaste. 9 Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. 10 Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável. 11 Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo Espírito. 12 Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustenta-me com um espírito voluntário. 13 Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e pecadores se converterão a ti. 14 Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua cantará alegremente a tua justiça. 15 Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca proclamará o teu louvor. 16 Pois tu não te comprazes em sacrifícios; se eu te oferecesse holocaustos, tu não te deleitarias. 17 O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. 18 Faz o bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém. 19 Então te agradarás de sacrifícios de justiça dos holocaustos e das ofertas queimadas; então serão oferecidos novilhos sobre o teu altar. 52 1 Por que te glorias na malícia, ó homem poderoso? pois a bondade de Deus subsiste em todo o tempo. 2 A tua língua maquina planos de destruição, como uma navalha afiada, ó tu que usas de dolo. 3 Tu amas antes o mal do que o bem, e o mentir do que o falar a verdade. 4 Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta. 5 Também Deus te esmagará para sempre; arrebatar-te-á e arrancar-te-á da tua habitação, e desarraigar-te-á da terra dos viventes. 6 Os justos o verão e temerão; e se rirão dele, dizendo: 7 Eis aqui o homem que não tomou a Deus por sua fortaleza; antes confiava na abundância das suas riquezas, e se fortalecia na sua perversidade. 8 Mas eu sou qual oliveira verde na casa de Deus; confio na bondade de Deus para sempre e eternamente. 9 Para sempre te louvarei, porque tu isso fizeste, e proclamarei o teu nome, porque é bom diante de teus santos. 53 1 Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Corromperam-se e cometeram abominável iniquidade; não há quem faça o bem. 2 Deus olha lá dos céus para os filhos dos homens, para ver se há algum que tenha entendimento, que busque a Deus. 3 Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um. 4 Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniquidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão, e não invocam a Deus? 5 Eis que eles se acham em grande pavor onde não há motivo de pavor, porque Deus espalhará os ossos daqueles que se acampam contra ti; tu os confundirás, porque Deus os rejeitou. 6 Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando Deus fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacob e se alegrará Israel. 54 1 Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faz-me justiça pelo teu poder. 2 Ó Deus, ouve a minha oração, dá ouvidos às palavras da minha boca. 3 Porque homens insolentes se levantam contra mim, e violentos procuram a minha vida; eles não põem a Deus diante de si. 4 Eis que Deus é o meu ajudador; o Senhor é quem sustenta a minha vida. 5 Faz recair o mal sobre os meus inimigos; destrói-os por tua verdade. 6 De livre vontade te oferecerei sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom. 7 Porque tu me livraste de toda a angústia; e os meus olhos viram a ruína dos meus inimigos. 55 1 Dá ouvidos, ó Deus, à minha oração, e não te escondas da minha súplica. 2 Atende-me, e ouve-me; agitado estou, e ando perplexo, 3 por causa do clamor do inimigo e da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim iniquidade, e com furor me perseguem. 4 O meu coração confrange-se dentro de mim, e terrores de morte sobre mim caíram. 5 Temor e tremor me sobrevêm, e o horror me envolveu. 6 Pelo que eu disse: Ah! quem me dera asas como de pomba! então voaria, e encontraria descanso. 7 Eis que eu fugiria para longe, e pernoitaria no deserto. 8 Apressar-me-ia a abrigar-me da fúria do vento e da tempestade. 9 Destrói, Senhor, confunde as suas línguas, pois vejo violência e contenda na cidade. 10 Dia e noite andam ao redor dela, sobre os seus muros; também iniquidade e malícia estão no meio dela. 11 Há destruição lá dentro; opressão e fraude não se apartam das suas ruas. 12 Pois não é um inimigo que me afronta, então eu poderia suportá-lo; nem é um adversário que se exalta contra mim, porque dele poderia esconder-me; 13 mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu amigo íntimo. 14 Conservávamos juntos tranquilamente, e em companhia andávamos na casa de Deus. 15 A morte os assalte, e vivos desçam ao Seol; porque há maldade na sua morada, no seu próprio íntimo. 16 Mas eu invocarei a Deus, e o Senhor me salvará. 17 De tarde, de manhã e ao meio-dia me queixarei e me lamentarei; e ele ouvirá a minha voz. 18 Livrará em paz a minha vida, de modo que ninguém se aproxime de mim; pois há muitos que contendem contra mim. 19 Deus ouvirá; e lhes responderá aquele que está entronizado desde a antiguidade; porque não há neles nenhuma mudança, e tampouco temem a Deus. 20 Aquele meu companheiro estendeu a sua mão contra os que tinham paz com ele; violou o seu pacto. 21 A sua fala era macia como manteiga, mas no seu coração havia guerra; as suas palavras eram mais brandas do que o azeite, todavia eram espadas desembainhadas. 22 Lança o teu fardo sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado. 23 Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de traição não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei. 56 1 Compadece-te de mim, ó Deus, pois homens me calcam aos pés e, pelejando, me aflingem o dia todo. 2 Os meus inimigos me calcam aos pés o dia todo, pois são muitos os que insolentemente pelejam contra mim. 3 No dia em que eu temer, hei de confiar em ti. 4 Em Deus, cuja palavra eu louvo, em Deus ponho a minha confiança e não terei medo; 5 Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra mim para o mal. 6 Ajuntam-se, escondem-se, espiam os meus passos, como que aguardando a minha morte. 7 Escaparão eles por meio da sua iniquidade? Ó Deus, derruba os povos na tua ira! 8 Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro? 9 No dia em que eu te invocar retrocederão os meus inimigos; isto eu sei, que Deus está comigo. 10 Em Deus, cuja palavra eu louvo, no Senhor, cuja palavra eu louvo, 11 em Deus ponho a minha confiança, e não terei medo; que me pode fazer o homem? 12 Sobre mim estão os votos que te fiz, ó Deus; eu te oferecerei acções de graças; 13 pois tu livraste a minha alma da morte. Não livraste também os meus pés de tropeçarem, para que eu ande diante de Deus na luz da vida? 57 1 Compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim, pois em ti se refugia a minha alma; à sombra das tuas asas me refugiarei, até que passem as calamidades. 2 Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa. 3 Ele do céu enviará seu auxílio, e me salvará, quando me ultrajar aquele que quer calçar-me aos pés. Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade. 4 Estou deitado no meio de leões; tenho que deitar-me no meio daqueles que respiram chamas, filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas, e cuja língua é espada afiada. 5 Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; seja a tua glória sobre toda a terra. 6 Armaram um laço para os meus passos, a minha alma ficou abatida; cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela caíram. 7 Resoluto está o meu coração, ó Deus, resoluto está o meu coração; cantarei, sim, cantarei louvores. 8 Desperta, minha alma; despertai, alaúde e harpa; eu mesmo despertarei a aurora. 9 Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as nações. 10 Pois a tua benignidade é grande até os céus, e a tua verdade até as nuvens. 11 Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e seja a tua glória sobre a terra. 58 1 Falais deveras o que é recto, vós os poderosos? Julgais rectamente, ó filhos dos homens? 2 Não, antes no coração forjais iniquidade; sobre a terra fazeis pesar a violência das vossas mãos. 3 Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras. 4 Têm veneno semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tapa os seus ouvidos, 5 de sorte que não ouve a voz dos encantadores, nem mesmo do encantador perito em encantamento. 6 Ó Deus, quebra-lhes os dentes na sua boca; arranca, Senhor, os caninos aos filhos dos leões. 7 Sumam-se como águas que se escoam; sejam pisados e murcham como a relva macia. 8 Sejam como a lesma que se derrete e se vai; como o aborto de mulher, que nunca viu o sol. 9 Que ele arrebate os espinheiros antes que cheguem a aquecer as vossas panelas, assim os verdes, como os que estão ardendo. 10 O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio. 11 Então dirão os homens: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra. 59 1 Livra-me, Deus meu, dos meus inimigos; protege-me daqueles que se levantam contra mim. 2 Livra-me do que praticam a iniquidade, e salva-me dos homens sanguinários. 3 Pois eis que armam ciladas à minha alma; os fortes se ajuntam contra mim, não por transgressão minha nem por pecado meu, ó Senhor. 4 Eles correm, e se preparam, sem culpa minha; desperta para me ajudares, e olha. 5 Tu, ó Senhor, Deus dos exércitos, Deus de Israel, desperta para punir todas as nações; não tenhas misericórdia de nenhum dos pérfidos que praticam a iniquidade. 6 Eles voltam à tarde, uivam como cães, e andam rodeando a cidade. 7 Eis que eles soltam gritos; espadas estão nos seus lábios; porque (pensam eles), quem ouve? 8 Mas tu, Senhor, te rirás deles; zombarás de todas as nações. 9 Em ti, força minha, esperarei; pois Deus é o meu alto refúgio. 10 O meu Deus com a sua benignidade virá ao meu encontro; Deus me fará ver o meu desejo sobre os meus inimigos. 11 Não os mates, para que meu povo não se esqueça; espalha-os pelo teu poder, e abate-os ó Senhor, escudo nosso. 12 Pelo pecado da sua boca e pelas palavras dos seus lábios fiquem presos na sua soberba. Pelas maldições e pelas mentiras que proferem, 13 consome-os na tua indignação; consome-os, de modo que não existem mais; para que saibam que Deus reina sobre Jacob, até os confins da terra. 14 Eles tornam a vir à tarde, uivam como cães, e andam rodeando a cidade; 15 vagueiam buscando o que comer, e resmungam se não se fartarem. 16 Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua benignidade, porquanto tens sido para mim uma fortaleza, e refúgio no dia da minha angústia. 17 A ti, ó força minha, cantarei louvores; porque Deus é a minha fortaleza, é o Deus que me mostra benignidade. 60 1 Ó Deus, tu nos rejeitaste, tu nos esmagaste, tu tens estado indignado; oh, restabelece-nos. 2 Abalaste a terra, e a fendeste; sara as suas fendas, pois ela treme. 3 Ao teu povo fizeste ver duras coisas; fizeste-nos beber o vinho de aturdimento. 4 Deste um estandarte aos que te temem, para o qual possam fugir de diante do arco. 5 Para que os teus amados sejam livres, salva-nos com a tua destra, e responde-nos. 6 Deus falou na sua santidade: Eu exultarei; repartirei Siquém e medirei o vale de Sucot. 7 Meu é Guilead, e meu é Manassés; Efraim é o meu capacete; Judá é o meu cetro. 8 Moab é a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia darei o brado de vitória. 9 Quem me conduzirá à cidade forte? Quem me guiará até Edom? 10 Não nos rejeitaste, ó Deus? e tu, ó Deus, não deixaste de sair com os nossos exércitos? 11 Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o socorro da parte do homem. 12 Em Deus faremos proezas; porque é ele quem calcará aos pés os nossos inimigos. 61 1 Ouve, ó Deus, o meu clamor; atende à minha oração. 2 Desde a extremidade da terra clamo a ti, estando abatido o meu coração; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu. 3 Pois tu és o meu refúgio, uma torre forte contra o inimigo. 4 Deixa-me habitar no teu tabernáculo para sempre; dá que me abrigue no esconderijo das tuas asas. 5 Pois tu, ó Deus, ouviste os meus votos; deste-me a herança dos que temem o teu nome. 6 Prolongarás os dias do rei; e os seus anos serão como muitas gerações. 7 Ele permanecerá no trono diante de Deus para sempre; faz que a benignidade e a fidelidade o preservem. 8 Assim cantarei louvores ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em dia. 62 1 Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha salvação. 2 Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é ele a minha fortaleza; não serei grandemente abalado. 3 Até quando acometereis um homem, todos vós, para o derrubardes, como a um muro pendido, uma cerca prestes a cair? 4 Eles somente consultam como derrubá-lo da sua alta posição; deleitam-se em mentiras; com a boca bendizem, mas no íntimo maldizem. 5 Ó minha alma, espera silenciosa somente em Deus, porque dele vem a minha esperança. 6 Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha fortaleza; não serei abalado. 7 Em Deus está a minha salvação e a minha glória; Deus é o meu forte rochedo e o meu refúgio. 8 Confiai nele, ó povo, em todo o tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio. 9 Certamente que os filhos de Adão são vaidade, e os filhos dos homens são desilusão; postos na balança, subiriam; todos juntos são mais leves do que um sopro. 10 Não confieis na opressão, nem vos vanglorieis na rapina; se as vossas riquezas aumentarem, não ponhais nelas o coração. 11 Uma vez falou Deus, duas vezes tenho ouvido isto: que o poder pertence a Deus. 12 A ti também, Senhor, pertence a benignidade; pois retribuis a cada um segundo a sua obra. 63 1 Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água. 2 Assim no santuário te contemplo, para ver o teu poder e a tua glória. 3 Porquanto a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão. 4 Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos. 5 A minha alma se farta, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louva com alegres lábios. 6 quando me lembro de ti no meu leito, e medito em ti nas vigílias da noite, 7 pois tu tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas asas. 8 A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta. 9 Mas aqueles que procuram a minha vida para a destruírem, irão para as profundezas da terra. 10 Serão entregues ao poder da espada, servidão de pasto aos chacais. 11 Mas o rei se regozijará em Deus; todo o que por ele jura se gloriará, porque será tapada a boca aos que falam a mentira. 64 1 Ouve, ó Deus, a minha voz na minha queixa; preserva a minha voz na minha queixa; preserva a minha vida do horror do inimigo. 2 Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do ajuntamento dos que praticam a iniquidade, 3 os quais afiaram a sua língua como espada, e armaram por suas flechas palavras amargas. 4 Para em lugares ocultos atirarem sobre o íntegro; disparam sobre ele repentinamente, e não temem. 5 Firmam-se em mau intento; falam de armar laços secretamente, e dizem: Quem nos verá? 6 Planejam iniquidades; ocultam planos bem traçados; pois o íntimo e o coração do homem são inescrutáveis. 7 Mas Deus disparará sobre eles uma seta, e de repente ficarão feridos. 8 Assim serão levados a tropeçar, por causa das suas próprias línguas; todos aqueles que os virem fugirão. 9 E todos os homens temerão, e anunciarão a obra de Deus, e considerarão a obra de Deus, e considerarão prudentemente os seus feitos. 10 O justo se alegrará no Senhor e confiará nele, e todos os de coração recto cantarão louvores. 65 1 A ti, ó Deus, é devido o louvor em Sião; e a ti se pagará o voto. 2 Ó tu que ouves a oração! a ti virá toda a carne. 3 Prevalecem as iniquidades contra mim; mas as nossas transgressões, tu as perdoarás. 4 Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para habitar em teus átrios! Nós seremos satisfeitos com a bondade da tua casa, do teu santo templo. 5 Com prodígios nos respondes em justiça, ó Deus da nossa salvação, a esperança de todas as extremidades da terra, e do mais remoto mar; 6 tu que pela tua força consolidas os montes, cingido de poder; 7 que aplacas o ruído dos mares, o ruído das suas ondas, e o tumulto dos povos. 8 Os que habitam os confins da terra são tomados de medo à vista dos teus sinais; tu fazes exultar de júbilo as saídas da manhã e da tarde. 9 Tu visitas a terra, e a regas; grandemente e enriqueces; o rio de Deus está cheio de água; tu lhe dás o trigo quando assim a tens preparado; 10 enches de água os seus sulcos, aplanando-lhes as leivas, amolecendo-a com a chuva, e abençoando as suas novidades. 11 Coroas o ano com a tua bondade, e as tuas veredas destilam gordura; 12 destilam sobre as pastagens do deserto, e os outeiros se cingem de alegria. 13 As pastagens revestem-se de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; por isso eles se regozijam, por isso eles cantam. 66 1 Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras. 2 Cantai a glória do seu nome, dai glória em seu louvor. 3 Dizei a Deus: Quão tremendas são as tuas obras! pela grandeza do teu poder te lisonjeiam os teus inimigos. 4 Toda a terra te adorará e te cantará louvores; eles cantarão o teu nome. 5 Vinde, e vede as obras de Deus; ele é tremendo nos seus feitos para com os filhos dos homens. 6 Converteu o mar em terra seca; passaram o rio a pé; ali nos alegramos nele. 7 Ele governa eternamente pelo seu poder; os seus olhos estão sobre as nações; não se exaltem os rebeldes. 8 Bendizei, povos, ao nosso Deus, e fazei ouvir a voz do seu louvor; 9 ao que nos conserva em vida, e não consente que resvalem os nossos pés. 10 Pois tu, ó Deus, nos tens provado; tens nos refinado como se refina a prata. 11 Fizeste-nos entrar no laço; pesada carga puseste sobre os nossos lombos. 12 Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, mas nos trouxeste a um lugar de abundância. 13 Entregarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os meus votos, 14 votos que os meus lábios pronunciaram e a minha boca prometeu, quando eu estava na angústia. 15 Oferecer-te-ei holocausto de animais nédios, com incenso de carneiros; prepararei novilhos com cabritos. 16 Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei o que ele tem feito por mim. 17 A ele clamei com a minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua. 18 Se eu tivesse guardado iniquidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido; 19 mas, na verdade, Deus me ouviu; tem atendido à voz da minha oração. 20 Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem retirou de mim a sua benignidade. 67 1 Deus se compadeça de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre nós, 2 para que se conheça na terra o seu caminho e entre todas as nações a sua salvação. 3 Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos. 4 Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgas os povos com equidade, e guias as nações sobre a terra. 5 Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem os povos todos. 6 A terra tem produzido o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, tem nos abençoado. 7 Deus nos tem abençoado; temam-no todas as extremidades da terra! 68 1 Levanta-se Deus! Sejam dispersos os seus inimigos; fujam de diante dele os que o odeiam! 2 Como é impelida a fumaça, assim tu os impeles; como a cera se derrete diante do fogo, assim pereçam os ímpios diante de Deus. 3 Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e se encham de júbilo. 4 Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que cavalga sobre as nuvens, pois o seu nome é Já; exultai diante dele. 5 Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus na sua santa morada. 6 Deus faz que o solitário viva em família; liberta os presos e os faz prosperar; mas os rebeldes habitam em terra árida. 7 Ó Deus! quando saías à frente do teu povo, quando caminhavas pelo deserto, 8 a terra se abalava e os céus gotejavam perante a face de Deus; o próprio Sinai tremeu na presença de Deus, do Deus de Israel. 9 Tu, ó Deus, mandaste copiosa chuva; restauraste a tua herança, quando estava cansada. 10 Nela habitava o teu rebanho; da tua bondade, ó Deus, proveste o pobre. 11 O Senhor proclama a palavra; grande é a companhia dos que anunciam as boas-novas. 12 Reis de exércitos fogem, sim, fogem; as mulheres em casa repartem os despojos. 13 Deitados entre redis, sois como as asas da pomba cobertas de prata, com as suas penas de ouro amarelo. 14 Quando o Todo-Poderoso ali dispersou os reis, caiu neve em Salmon. 15 Monte grandíssimo é o monte de Basan; monte de cimos numerosos é o monte de Basan! 16 Por que estás, ó monte de cimos numerosos, olhando com inveja o monte que Deus desejou para sua habitação? Na verdade o Senhor habitará nele eternamente. 17 Os carros de Deus são miríades, milhares de milhares. O Senhor está no meio deles, como em Sinai no santuário. 18 Tu subiste ao alto, levando os teus cativos; recebeste dons dentre os homens, e até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles. 19 Bendito seja o Senhor, que diariamente leva a nossa carga, o Deus que é a nossa salvação. 20 Deus é para nós um Deus de libertação; a Jeová, o Senhor, pertence o livramento da morte. 21 Mas Deus esmagará a cabeça de seus inimigos, o crânio cabeludo daquele que prossegue em suas culpas. 22 Disse o Senhor: Eu os farei voltar de Basan; fá-los-ei voltar das profundezas do mar; 23 para que mergulhes o teu pé em sangue, e para que a língua dos teus cães tenha dos inimigos o seu quinhão. 24 Viu-se, ó Deus, a tua entrada, a entrada do meu Deus, meu Rei, no santuário. 25 Iam na frente os cantores, atrás os tocadores de instrumentos, no meio as donzelas que tocavam adufes. 26 Bendizei a Deus nas congregações, ao Senhor, vós que sois da fonte de Israel. 27 Ali está Benjamim, o menor deles, na frente; os chefes de Judá com o seu ajuntamento; os chefes de Judá com o seu ajuntamento; os chefes de Zabulão e os chefes de Neftali. 28 Ordena, ó Deus, a tua força; confirma, ó Deus, o que já fizeste por nós. 29 Por amor do teu templo em Jerusalém, os reis te trarão presentes. 30 Repreende as feras dos caniçais, a multidão dos touros, com os bezerros dos povos. Calca aos pés as suas peças de prata; dissipa os povos que se deleitam na guerra. 31 Venham embaixadores do Egipto; estenda a Etiópia ansiosamente as mãos para Deus. 32 Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao Senhor, 33 àquele que vai montado sobre os céus dos céus, que são desde a antiguidade; eis que faz ouvir a sua voz, voz veemente. 34 Atribuí a Deus força; sobre Israel está a sua excelência, e a sua força nos firmamento. 35 Ó Deus, tu és tremendo desde o teu santuário; o Deus de Israel, ele dá força e poder ao seu povo. Bendito seja Deus! 69 1 Salva-me, ó Deus, pois as águas me sobem até o pescoço. 2 Atolei-me em profundo lamaçal, onde não se pode firmar o pé; entrei na profundeza das águas, onde a corrente me submerge. 3 Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem de esperar por meu Deus. 4 Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; poderosos são aqueles que procuram destruir-me, que me atacam com mentiras; por isso tenho de restituir o que não extorqui. 5 Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultícia, e as minhas culpas não são ocultas. 6 Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor Deus dos exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel. 7 Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão me cobriu o rosto. 8 Tornei-me como um estranho para os meus irmãos, e um desconhecido para os filhos de minha mãe. 9 Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim. 10 Quando chorei e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou em afrontas. 11 Quando me vesti de cilício, fiz-me para eles um provérbio. 12 Aqueles que se sentem à porta falam de mim; e sou objecto das cantigas dos bêbedos. 13 Eu, porém, faço a minha oração a ti, ó Senhor, em tempo aceitável; ouve-me, ó Deus, segundo a grandeza da tua benignidade, segundo a fidelidade da tua salvação. 14 Tira-me do lamaçal, e não me deixes afundar; seja eu salvo dos meus inimigos, e das profundezas das águas. 15 Não me submerja a corrente das águas e não me trague o abismo, nem cerre a cova a sua boca sobre mim. 16 Ouve-me, Senhor, pois grande é a tua benignidade; volta-te para mim segundo a tua muitíssima compaixão. 17 Não escondas o teu rosto do teu servo; ouve-me depressa, pois estou angustiado. 18 Aproxima-te da minha alma, e redime-a; resgata-me por causa dos meus inimigos. 19 Tu conheces o meu opróbrio, a minha vergonha, e a minha ignomínia; diante de ti estão todos os meus adversários. 20 Afrontas quebrantaram-me o coração, e estou debilitado. Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei. 21 Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre. 22 Torne-se a sua mesa diante deles em laço, e sejam-lhes as suas ofertas pacíficas uma armadilha. 23 Obscureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e faz com que os seus lombos tremam constantemente. 24 Derrama sobre eles a tua indignação, e apanhe-os o ardor da tua ira. 25 Fique desolada a sua habitação, e não haja quem habite nas suas tendas. 26 Pois perseguem a quem afligiste, e aumentam a dor daqueles a quem feriste. 27 Acrescenta iniquidade à iniquidade deles, e não encontrem eles absolvição na tua justiça. 28 Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos com os justos. 29 Eu, porém, estou aflito e triste; a tua salvação, ó Deus, me ponha num alto retiro. 30 Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com acção de graças. 31 Isto será mais agradável ao Senhor do que um boi, ou um novilho que tem pontas e unhas. 32 Vejam isto os mansos, e se alegrem; vós que buscais a Deus reviva o vosso coração. 33 Porque o Senhor ouve os necessitados, e não despreza os seus, embora sejam prisioneiros. 34 Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move. 35 Porque Deus salvará a Sião, e edificará as cidades de Judá, e ali habitarão os seus servos e a possuirão. 36 E herdá-la-á a descendência de seus servos, e os que amam o seu nome habitarão nela. 70 1 Apressa-te, ó Deus, em me livrar; Senhor, apressa-te em socorrer-me. 2 Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram tirar-me a vida; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o mal. 3 Sejam cobertos de vergonha os que dizem: Ah! Ah! 4 Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam a tua salvação digam continuamente: engrandecido seja Deus. 5 Eu, porém, estou aflito e necessitado; apressa-te em me valer, ó Deus. Tu és o meu amparo e o meu libertador; Senhor, não te detenhas. 71 1 Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu confundido. 2 Na tua justiça socorre-me e livra-me; inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me. 3 Sê tu para mim uma rocha de refúgio a que sempre me acolha; deste ordem para que eu seja salvo, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza. 4 Livra-me, Deus meu, da mão do ímpio, do poder do homem injusto e cruel, 5 Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade. 6 Em ti me tenho apoiado desde que nasci; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe. O meu louvor será teu constantemente. 7 Sou para muitos um assombro, mas tu és o meu refúgio forte. 8 A minha boca se enche do teu louvor e da tua glória continuamente. 9 Não me enjeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se forem acabando as minhas forças. 10 Porque os meus inimigos falam de mim, e os que espreitam a minha vida consultam juntos, 11 dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e prendei-o, pois não há quem o livre. 12 Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em socorrer-me. 13 Sejam envergonhados e consumidos os meus adversários; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal. 14 Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais. 15 A minha boca falará da tua justiça e da tua salvação todo o dia, posto que não conheça a sua grandeza. 16 Virei na força do Senhor Deus; farei menção da tua justiça, da tua tão somente. 17 Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas maravilhas. 18 Agora, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros. 19 A tua justiça, ó Deus, atinge os altos céus; tu tens feito grandes coisas; ó Deus, quem é semelhante a ti? 20 Tu, que me fizeste ver muitas e penosas tribulações, de novo me restituirás a vida, e de novo me tirarás dos abismos da terra. 21 Aumentarás a minha grandeza, e de novo me consolarás. 22 Também eu te louvarei ao som do saltério, pela tua fidelidade, ó meu Deus; cantar-te-ei ao som da harpa, ó Santo de Israel. 23 Os meus lábios exultarão quando eu cantar os teus louvores, assim como a minha alma, que tu remiste. 24 Também a minha língua falará da tua justiça o dia todo; pois estão envergonhados e confundidos aqueles que procuram o meu mal. 72 1 Ó Deus, dá ao rei os teus juízes, e a tua justiça ao filho do rei. 2 Julgue ele o teu povo com justiça, e os teus pobres com equidade. 3 Que os montes tragam paz ao povo, como também os outeiros, com justiça. 4 Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos do necessitado, e esmague o opressor. 5 Viva ele enquanto existir o sol, e enquanto durar a lua, por todas as gerações. 6 Desça como a chuva sobre o prado, como os chuveiros que regam a terra. 7 Nos seus dias floresça a justiça, e haja abundância de paz enquanto durar a lua. 8 Domine de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra. 9 Inclinem-se diante dele os seus adversários, e os seus inimigos lambam o pó. 10 Paguem-lhe tributo os reis de Társis e das ilhas; os reis de Sabá e de Seba ofereçam-lhe dons. 11 Todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam. 12 Porque ele livra ao necessitado quando clama, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude. 13 Compadece-se do pobre e do necessitado, e a vida dos necessitados ele salva. 14 Ele os liberta da opressão e da violência, e precioso aos seus olhos é o sangue deles. 15 Viva, pois, ele; e se lhe dê do ouro de Sabá; e continuamente se faça por ele oração, e o bendigam em todo o tempo. 16 Haja abundância de trigo na terra sobre os cumes dos montes; ondule o seu fruto como o Líbano, e das cidades floresçam homens como a erva da terra. 17 Permaneça o seu nome eternamente; continue a sua fama enquanto o sol durar, e os homens sejam abençoados nele; todas as nações o chamem bem-aventurado. 18 Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o único que faz maravilhas. 19 Bendito seja para sempre o seu nome glorioso, e encha-se da sua glória toda a terra. Amém e amém. 20 Findam aqui as orações de David, filho de Jessé. 73 1 Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração. 2 Quanto a mim, os meus pés quase resvalaram; pouco faltou para que os meus passos escorregassem. 3 Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. 4 Não há apertos na sua morte; o seu corpo é forte e sadio. 5 Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos como os demais homens. 6 Pelo que a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; a violência os cobre como um vestido. 7 Os olhos deles estão inchados de gordura; transbordam as fantasias do seu coração. 8 Motejam e falam maliciosamente; falam arrogantemente da opressão. 9 Põem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra. 10 Pelo que o povo volta para eles e não acha neles falta alguma. 11 E dizem: Como o sabe Deus? e: Há conhecimento no Altíssimo? 12 Eis que estes são ímpios; sempre em segurança, aumentam as suas riquezas. 13 Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as minhas mãos na inocência, 14 pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã. 15 Se eu tivesse dito: Também falarei assim; eis que me teria havido traiçoeiramente para com a geração de teus filhos. 16 Quando me esforçava para compreender isto, achei que era tarefa difícil para mim, 17 até que entrei no santuário de Deus; então percebi o fim deles. 18 Certamente tu os pões em lugares escorregadios, tu os lanças para a ruína. 19 Como caem na desolação num momento! ficam totalmente consumidos de terrores. 20 Como faz com um sonho o que acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás as suas fantasias. 21 Quando o meu espírito se amargurava, e sentia picadas no meu coração, 22 estava embrutecido, e nada sabia; era como animal diante de ti. 23 Todavia estou sempre contigo; tu me seguras a mão direita. 24 Tu me guias com o teu conselho, e depois me receberás em glória. 25 A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti. 26 A minha carne e o meu coração desfalecem; do meu coração, porém, Deus é a fortaleza, e o meu quinhão para sempre. 27 Pois os que estão longe de ti perecerão; tu exterminas todos aqueles que se desviam de ti. 28 Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; ponho a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as suas obras. 74 1 Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua ira contra o rebanho do teu pasto? 2 Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antiguidade, que remiste para ser a tribo da tua herança, e do monte Sião, em que tens habitado. 3 Dirige os teus passos para as perpétuas ruínas, para todo o mal que o inimigo tem feito no santuário. 4 Os teus inimigos bramam no meio da tua assembleia; põem nela as suas insígnias por sinais. 5 A entrada superior cortaram com machados a grade de madeira. 6 Eis que toda obra entalhada, eles a despedaçaram a machados e martelos. 7 Lançaram fogo ao teu santuário; profanaram, derrubando-a até o chão, a morada do teu nome. 8 Disseram no seu coração: Despojemo-la duma vez. Queimaram todas as sinagogas de Deus na terra. 9 Não vemos mais as nossas insígnias, não há mais profeta; nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará. 10 Até quando, ó Deus, o adversário afrontará? O inimigo ultrajará o teu nome para sempre? 11 Por que retens a tua mão, sim, a tua destra? Tira-a do teu seio, e consome-os. 12 Todavia, Deus é o meu Rei desde a antiguidade, operando a salvação no meio da terra. 13 Tu dividiste o mar pela tua força; esmigalhaste a cabeça dos monstros marinhos sobre as águas. 14 Tu esmagaste as cabeças do Leviatan, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto. 15 Tu abriste fontes e ribeiros; tu secaste os rios perenes. 16 Teu é o dia e tua é a noite: tu preparaste a luz e o sol. 17 Tu estabeleceste todos os limites da terra; verão e inverno, tu os fizeste. 18 Lembra-te disto: que o inimigo te afrontou, ó Senhor, e que um povo insensato ultrajou o teu nome. 19 Não entregues às feras a alma da tua rola; não te esqueça para sempre da vida dos teus aflitos. 20 Atenta para o teu pacto, pois os lugares tenebrosos da terra estão cheios das moradas de violência. 21 Não volte envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o necessitado. 22 Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa; lembra-te da afronta que o insensato te faz continuamente. 23 Não te esqueças da gritaria dos teus adversários; o tumulto daqueles que se levantam contra ti sobe continuamente. 75 1 Damos-te graças, ó Deus, damos-te graças, pois o teu nome está perto; os que invocam o teu nome anunciam as tuas maravilhas. 2 Quando chegar o tempo determinado, julgarei rectamente. 3 Dissolve-se a terra e todos os seus moradores, mas eu lhe fortaleci as colunas. 4 Digo eu aos arrogantes: Não sejais arrogantes; e aos ímpios: Não levanteis a fronte; 5 não levanteis ao alto a vossa fronte, nem faleis com arrogância. 6 Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a exaltação. 7 Mas Deus é o que julga; a um abate, e a outro exalta. 8 Porque na mão do Senhor há um cálice, cujo vinho espuma, cheio de mistura, do qual ele dá a beber; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas fezes. 9 Mas, quanto a mim, exultarei para sempre, cantarei louvores ao Deus de Jacob. 10 E quebrantarei todas as forças dos ímpios, mas as forças dos justos serão exaltadas. 76 1 Conhecido é Deus em Judá, grande é o seu nome em Israel. 2 Em Salém está a sua tenda, e a sua morada em Sião. 3 Ali quebrou ele as flechas do arco, o escudo, a espada, e a guerra. 4 Glorioso és tu, mais majestoso do que os montes eternos. 5 Os ousados de coração foram despojados; dormiram o seu último sono; nenhum dos homens de força pôde usar as mãos. 6 À tua repreensão, ó Deus de Jacob, cavaleiros e cavalos ficaram estirados sem sentidos. 7 Tu, sim, tu és tremendo; e quem subsistirá à tua vista, quando te irares? 8 Desde o céu fizeste ouvir o teu juízo; a terra tremeu e se aquietou, 9 quando Deus se levantou para julgar, para salvar a todos os mansos da terra. 10 Na verdade a cólera do homem redundará em teu louvor, e do restante da cólera tu te cingirás. 11 Fazei votos, e pagai-os ao Senhor, vosso Deus; tragam presentes, os que estão em redor dele, àquele que deve ser temido. 12 Ele ceifará o espírito dos príncipes; é tremendo para com os reis da terra. 77 1 Levanto a Deus a minha voz; a Deus levanto a minha voz, para que ele me ouça. 2 No dia da minha angústia busco ao Senhor; de noite a minha mão fica estendida e não se cansa; a minha alma recusa ser consolada. 3 Lembro-me de Deus, e me lamento; queixo-me, e o meu espírito desfalece. 4 Conservas vigilantes os meus olhos; estou tão perturbado que não posso falar. 5 Considero os dias da antiguidade, os anos dos tempos passados. 6 De noite lembro-me do meu cântico; consulto com o meu coração, e examino o meu espírito. 7 Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável? 8 Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se a sua promessa para todas as gerações 9 Esqueceu-se Deus de ser compassivo? Ou na sua ira encerrou ele as suas ternas misericórdias? 10 E eu digo: Isto é minha enfermidade; acaso se mudou a destra do Altíssimo? 11 Recordarei os feitos do Senhor; sim, me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade. 12 Meditarei também em todas as tuas obras, e ponderarei os teus feitos poderosos 13 O teu caminho, ó Deus, é em santidade; que deus é grande como o nosso Deus? 14 Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu tens feito notória a tua força entre os povos. 15 Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacob e de José. 16 As águas te viram, ó Deus, as águas te viram, e tremeram; os abismos também se abalaram. 17 As nuvens desfizeram-se em água; os céus retumbaram; as tuas flechas também correram de uma para outra parte. 18 A voz do teu trovão estava no redemoinho; os relâmpagos alumiaram o mundo; a terra se abalou e tremeu. 19 Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas grandes águas; e as tuas pegadas não foram conhecidas. 20 Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão. 78 1 Escutai o meu ensino, povo meu; inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca. 2 Abrirei a minha boca numa parábola; proporei enigmas da antiguidade, 3 coisas que temos ouvido e sabido, e que nossos pais nos têm contado. 4 Não os encobriremos aos seus filhos, cantaremos às gerações vindouras os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que tem feito. 5 Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacob, e instituiu uma lei em Israel, as quais coisas ordenou aos nossos pais que as ensinassem a seus filhos; 6 para que as soubesse a geração vindoura, os filhos que houvesse de nascer, os quais se levantassem e as contassem a seus filhos, 7 a fim de que pusessem em Deus a sua esperança, e não se esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos; 8 e que não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração de coração instável, cujo espírito não foi fiel para com Deus. 9 Os filhos de Efraim, armados de arcos, retrocederam no dia da peleja. 10 Não guardaram o pacto de Deus, e recusaram andar na sua lei; 11 esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver. 12 Maravilhas fez ele à vista de seus pais na terra do Egipto, no campo de Zoã. 13 Dividiu o mar, e os fez passar por ele; fez com que as águas parassem como um montão. 14 Também os guiou de dia por uma nuvem, e a noite toda por um clarão de fogo. 15 Fendeu rochas no deserto, e deu-lhes de beber abundantemente como de grandes abismos. 16 Da penha fez sair fontes, e fez correr águas como rios. 17 Todavia ainda prosseguiram em pecar contra ele, rebelando-se contra o Altíssimo no deserto. 18 E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo comida segundo o seu apetite. 19 Também falaram contra Deus, dizendo: Poderá Deus porventura preparar uma mesa no deserto? Acaso fornecerá carne para o seu povo? 20 Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo contra Jacob, e a sua ira subiu contra Israel; 21 Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo contra Jacob, e a sua ira subiu contra Israel; 22 porque não creram em Deus nem confiaram na sua salvação. 23 Contudo ele ordenou às nuvens lá em cima, e abriu as portas dos céus; 24 fez chover sobre eles maná para comerem, e deu-lhes do trigo dos céus. 25 Cada um comeu o pão dos poderosos; ele lhes mandou comida em abundância. 26 Fez soprar nos céus o vento do oriente, e pelo seu poder trouxe o vento sul. 27 Sobre eles fez também chover carne como poeira, e aves de asas como a areia do mar; 28 e as fez cair no meio do arraial deles, ao redor de suas habitações. 29 Então comeram e se fartaram bem, pois ele lhes trouxe o que cobiçavam. 30 Não refrearam a sua cobiça. Ainda lhes estava a comida na boca, 31 quando a ira de Deus se levantou contra eles, e matou os mais fortes deles, e prostrou os escolhidos de Israel. 32 Com tudo isso ainda pecaram, e não creram nas suas maravilhas. 33 Pelo que consumiu os seus dias como um sopro, e os seus anos em repentino terror. 34 Quando ele os fazia morrer, então o procuravam; arrependiam-se, e de madrugada buscavam a Deus. 35 Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo o seu Redentor. 36 Todavia lisonjeavam-no com a boca, e com a língua lhe mentiam. 37 Pois o coração deles não era constante para com ele, nem foram eles fiéis ao seu pacto. 38 Mas ele, sendo compassivo, perdoou a sua iniquidade, e não os destruiu; antes muitas vezes desviou deles a sua cólera, e não acendeu todo o seu furor. 39 Porque se lembrou de que eram carne, um vento que passa e não volta. 40 Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto, e o ofenderam no ermo! 41 Voltaram atrás, e tentaram a Deus; e provocaram o Santo de Israel. 42 Não se lembraram do seu poder, nem do dia em que os remiu do adversário, 43 nem de como operou os seus sinais no Egipto, e as suas maravilhas no campo de Zoã, 44 convertendo em sangue os seus rios, para que não pudessem beber das suas correntes. 45 Também lhes mandou enxames de moscas que os consumiram, e rãs que os destruíram. 46 Entregou às lagartas as novidades deles, e o fruto do seu trabalho aos gafanhotos. 47 Destruiu as suas vinhas com saraiva, e os seus sicómoros com chuva de pedra. 48 Também entregou à saraiva o gado deles, e aos coriscos os seus rebanhos. 49 E atirou sobre eles o ardor da sua ira, o furor, a indignação, e a angústia, qual companhia de anjos destruidores. 50 Deu livre curso à sua ira; não os poupou da morte, mas entregou a vida deles à pestilência. 51 Feriu todo primogénito no Egipto, primícias da força deles nas tendas de Cão. 52 Mas fez sair o seu povo como ovelhas, e os guiou pelo deserto como a um rebanho. 53 Guiou-os com segurança, de sorte que eles não temeram; mas aos seus inimigos, o mar os submergiu. 54 Sim, conduziu-os até a sua fronteira santa, até o monte que a sua destra adquirira. 55 Expulsou as nações de diante deles; e dividindo suas terras por herança, fez habitar em suas tendas as tribos de Israel. 56 Contudo tentaram e provocaram o Deus Altíssimo, e não guardaram os seus testemunhos. 57 Mas tornaram atrás, e portaram-se aleivosamente como seus pais; desviaram-se como um arco traiçoeiro. 58 Pois o provocaram à ira com os seus altos, e o incitaram a zelos com as suas imagens esculpidas. 59 Ao ouvir isso, Deus se indignou, e sobremodo abominou a Israel. 60 Pelo que desamparou o tabernáculo em Silo, a tenda da sua morada entre os homens, 61 dando a sua força ao cativeiro, e a sua glória à mão do inimigo. 62 Entregou o seu povo à espada, e encolerizou-se contra a sua herança. 63 Aos seus mancebos o fogo devorou, e suas donzelas não tiveram cântico nupcial. 64 Os seus sacerdotes caíram à espada, e suas viúvas não fizeram pranto. 65 Então o Senhor despertou como dum sono, como um valente que o vinho excitasse. 66 E fez recuar a golpes os seus adversários; infligiu-lhes eterna ignomínia. 67 Além disso, rejeitou a tenda de José, e não escolheu a tribo de Efraim; 68 antes escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava. 69 Edificou o seu santuário como os lugares elevados, como a terra que fundou para sempre. 70 Também escolheu a David, seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas; 71 de após as ovelhas e suas crias o trouxe, para apascentar a Jacob, seu povo, e a Israel, sua herança. 72 E ele os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou com a perícia de suas mãos. 79 1 Ó Deus, as nações invadiram a tua herança; contaminaram o teu santo templo; reduziram Jerusalém a ruínas. 2 Deram os cadáveres dos teus servos como pastos às aves dos céus, e a carne dos teus santos aos animais da terra. 3 Derramaram o sangue deles como água ao redor de Jerusalém, e não houve quem os sepultasse. 4 Somos feitos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que estão em redor de nós. 5 Até quando, Senhor? Indignar-te-ás para sempre? Arderá o teu zelo como fogo? 6 Derrama o teu furor sobre as nações que não te conhecem, e sobre os reinos que não invocam o teu nome; 7 porque eles devoraram a Jacob, e assolaram a sua morada. 8 Não te lembres contra nós das iniquidades de nossos pais; venha depressa ao nosso encontro a tua compaixão, pois estamos muito abatidos. 9 Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; livra-nos, e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome. 10 Por que diriam as nações: Onde está o seu Deus? Torne-se manifesta entre as nações, à nossa vista, a vingança do sangue derramado dos teus servos. 11 Chegue à tua presença o gemido dos presos; segundo a grandeza do teu braço, preserva aqueles que estão condenados à morte. 12 E aos nossos vizinhos, deita-lhes no regaço, sete vezes, a injúria com que te injuriaram, Senhor. 13 Assim nós, teu povo ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente; de geração em geração publicaremos os teus louvores. 80 1 Ó pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a José como a um rebanho, que estás entronizado sobre os querubins, resplandece. 2 Perante Efraim, Benjamim e Manassés, desperta o teu poder, e vem salvar-nos. 3 Reabilita-nos, ó Deus; faz resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos. 4 Ó Senhor Deus dos exércitos, até quando te indignarás contra a oração do teu povo? 5 Tu os alimentaste com pão de lágrimas, e lhes deste a beber lágrimas em abundância. 6 Tu nos fazes objecto de escárnio entre os nossos vizinhos; e os nossos inimigos zombam de nós entre si. 7 Reabilita-nos, ó Deus dos exércitos; faz resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos. 8 Trouxeste do Egipto uma videira; lançaste fora as nações, e a plantaste. 9 Preparaste-lhe lugar; e ela deitou profundas raízes, e encheu a terra. 10 Os montes cobriram-se com a sua sombra, e os cedros de Deus com os seus ramos. 11 Ela estendeu a sua ramagem até o mar, e os seus rebentos até o Rio. 12 Por que lhe derrubaste as cercas, de modo que a vindimam todos os que passam pelo caminho? 13 O javali da selva a devasta, e as feras do campo alimentam-se dela. 14 Ó Deus dos exércitos, volta-te, nós te rogamos; atende do céu, e vê, e visita esta videira, 15 a videira que a tua destra plantou, e o sarmento que fortificaste para ti. 16 Está queimada pelo fogo, está cortada; eles perecem pela repreensão do teu rosto. 17 Seja a tua mão sobre o varão da tua destra, sobre o filho do homem que fortificaste para ti. 18 E não nos afastaremos de ti; vivifica-nos, e nós invocaremos o teu nome. 19 Reabilita-nos, Senhor Deus dos exércitos; faz resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos. 81 1 Cantai alegremente a Deus, nossa fortaleza; erguei alegres vozes ao Deus de Jacob. 2 Entoai um salmo, e fazei soar o adufe, a suave harpa e o saltério. 3 Tocai a trombeta pela lua nova, pela lua cheia, no dia da nossa festa. 4 Pois isso é um estatuto para Israel, e uma ordenança do Deus de Jacob. 5 Ordenou-o por decreto em José, quando saiu contra a terra do Egipto. Ouvi uma voz que não conhecia, dizendo: 6 Livrei da carga o seu ombro; as suas mãos ficaram livres dos cestos. 7 Na angústia clamaste e te livrei; respondi-te no lugar oculto dos trovões; provei-te junto às águas de Meribá. 8 Ouve-me, povo meu, e eu te admoestarei; ó Israel, se me escutasses! 9 não haverá em ti deus estranho, nem te prostrarás ante um deus estrangeiro. 10 Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto; abre bem a tua boca, e eu a encherei. 11 Mas o meu povo não ouviu a minha voz, e Israel não me quis. 12 Pelo que eu os entreguei à obstinação dos seus corações, para que andassem segundo os seus próprios conselhos. 13 Oxalá me escutasse o meu povo! oxalá Israel andasse nos meus caminhos! 14 Em breve eu abateria os seus inimigos, e voltaria a minha mão contra os seus adversários. 15 Os que odeiam ao Senhor o adulariam, e a sorte deles seria eterna. 16 E eu te sustentaria com o trigo mais fino; e com o mel saído da rocha eu te saciaria. 82 1 Deus está na assembleia divina; julga no meio dos deuses: 2 Até quando julgareis injustamente, e tereis respeito às pessoas dos ímpios? 3 Fazei justiça ao pobre e ao órfão; procedei rectamente com o aflito e o desamparado. 4 Livrai o pobre e o necessitado, livrai-os das mãos dos ímpios. 5 Eles nada sabem, nem entendem; andam vagueando às escuras; abalam-se todos os fundamentos da terra. 6 Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós. 7 Todavia, como homens, haveis de morrer e, como qualquer dos príncipes, haveis de cair. 8 Levanta-te, ó Deus, julga a terra; pois a ti pertencem todas as nações. 83 1 Ó Deus, não guardes silêncio; não te cales nem fiques impassível, ó Deus. 2 Pois eis que teus inimigos se alvoroçam, e os que te odeiam levantam a cabeça. 3 Astutamente formam conselho contra o teu povo, e conspiram contra os teus protegidos. 4 Dizem eles: Vinde, e apaguemo-los para que não sejam nação, nem seja lembrado mais o nome de Israel. 5 Pois à uma se conluíam; aliam-se contra ti 6 as tendas de Edom e os ismaelitas, Moab e os agarenos, 7 Guebal, Amon e Amaleque, e a Filístia com os habitantes de tiro. 8 Também a Assíria se ligou a eles; eles são o braço forte dos filhos de Lot. 9 Faz-lhes como fizeste a Midiã, como a Sísera, como a Jabin junto ao rio Quison, 10 os quais foram destruídos em En-Dor; tornaram-se esterco para a terra. 11 Faz aos seus nobres como a Orebe e a Zeebe; e a todos os seus príncipes como a Zeba e a Zalmuna, 12 que disseram: Tomemos para nós as pastagens de Deus. 13 Deus meu, fá-los como um turbilhão de pó, como a palha diante do vento. 14 Como o fogo queima um bosque, e como a chama incendeia as montanhas, 15 assim persegue-os com a tua tempestade, e assombra-os com o teu furacão. 16 Cobre-lhes o rosto de confusão, de modo que busquem o teu nome, Senhor. 17 Sejam envergonhados e conturbados perpetuamente; sejam confundidos, e pereçam, 18 para que saibam que só tu, cujo nome é o Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra. 84 1 Quão amável são os teus tabernáculos, ó Senhor dos exércitos! 2 A minha alma suspira! sim, desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo. 3 Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde crie os seus filhotes, junto aos teus altares, ó Senhor dos exércitos, Rei meu e Deus meu. 4 Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente. 5 Bem-aventurados os homens cuja força está em ti, em cujo coração os caminhos altos. 6 Passando pelo vale do Pranto, fazem dele um lugar de fontes; e a primeira chuva o cobre de bênçãos. 7 Vão sempre aumentando de força; cada um deles aparece perante Deus em Sião. 8 Senhor Deus dos exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacob! 9 Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido. 10 Porque vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da perversidade. 11 Porquanto o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão. 12 Ó Senhor dos exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança. 85 1 Mostraste favor, Senhor, à tua terra; fizeste regressar os cativos de Jacob. 2 Perdoaste a iniquidade do teu povo; cobriste todos os seus pecados. 3 Retraíste toda a tua cólera; refreaste o ardor da tua ira. 4 Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação, e faz cessar a tua indignação contra nós. 5 Estarás para sempre irado contra nós? estenderás a tua ira a todas as gerações? 6 Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se regozije em ti? 7 Mostra-nos, Senhor, a tua benignidade, e concede-nos a tua salvação. 8 Escutarei o que Deus, o Senhor, disser; porque falará de paz ao seu povo, e aos seus santos, contanto que não voltem à insensatez. 9 Certamente que a sua salvação está perto daqueles que o temem, para que a glória habite em nossa terra. 10 A benignidade e a fidelidade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram. 11 A fidelidade brota da terra, e a justiça olha desde o céu. 12 O Senhor dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto. 13 A justiça irá adiante dele, marcando o caminho com as suas pegadas. 86 1 Inclina, Senhor, os teus ouvidos, e ouve-me, porque sou pobre e necessitado. 2 Preserva a minha vida, pois sou piedoso; o Deus meu, salva o teu servo, que em ti confia. 3 Compadece-te de mim, ó Senhor, pois a ti clamo o dia todo. 4 Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, elevo a minha alma. 5 Porque tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para com todos os que te invocam. 6 Dá ouvidos, Senhor, à minha oração, e atende à voz das minhas súplicas. 7 No dia da minha angústia clamo a ti, porque tu me respondes. 8 Entre os deuses nenhum há semelhante a ti, Senhor, nem há obras como as tuas. 9 Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão diante de ti, Senhor, e glorificarão o teu nome. 10 Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe o meu coração para temer o teu nome. 11 Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, de todo o meu coração, e glorificarei o teu nome para sempre. 12 Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma das profundezas do Seol. 13 Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma das profundezas do Seol. 14 Ó Deus, os soberbos têm-se levantado contra mim, e um bando de homens violentos procura tirar-me a vida; eles não te puseram diante dos seus olhos. 15 Mas tu, Senhor, és um Deus compassivo e benigno, longânimo, e abundante em graça e em fidelidade. 16 Volta-te para mim, e compadece-te de mim; dá a tua força ao teu servo, e a salva o filho da tua serva. 17 Mostra-me um sinal do teu favor, para que o vejam aqueles que me odeiam, e sejam envergonhados, por me haveres tu, Senhor, ajuntado e confortado. 87 1 O fundamento dela está nos montes santos. 2 O Senhor ama as portas de Sião mais do que todas as habitações de Jacob. 3 Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus. 4 Farei menção de Raabe e de Babilónia dentre os que me conhecem; eis que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este nasceu ali. 5 Sim, de Sião se dirá: Este e aquele nasceram ali; e o próprio Altíssimo a estabelecerá. 6 O Senhor, ao registrar os povos, dirá: Este nasceu ali. 7 Tanto os cantores como os que tocam instrumentos dirão: Todas as minhas fontes estão em ti. 88 1 Ó Senhor, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti. 2 Chegue à tua presença a minha oração, inclina os teus ouvidos ao meu clamor; 3 porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se aproxima do Seol. 4 Já estou contado com os que descem à cova; estou como homem sem forças, 5 atirado entre os finados; como os mortos que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras, e que são desamparados da tua mão. 6 Puseste-me na cova mais profunda, em lugares escuros, nas profundezas. 7 Sobre mim pesa a tua cólera; tu me esmagaste com todas as tuas ondas. 8 Apartaste de mim os meus conhecidos, fizeste-me abominável para eles; estou encerrado e não posso sair. 9 Os meus olhos desfalecem por causa da aflição. Clamo a ti todo dia, Senhor, estendendo-te as minhas mãos. 10 Mostrarás tu maravilhas aos mortos? ou levantam-se os mortos para te louvar? 11 Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade no Abadon? 12 Serão conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na terra do esquecimento? 13 Eu, porém, Senhor, clamo a ti; de madrugada a minha oração chega à tua presença. 14 Senhor, por que me rejeitas? por que escondes de mim a tua face? 15 Estou aflito, e prestes a morrer desde a minha mocidade; sofro os teus terrores, estou desamparado. 16 Sobre mim tem passado a tua ardente indignação; os teus terrores deram cabo de mim. 17 Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos juntos. 18 Aparte de mim amigos e companheiros; os meus conhecidos se acham nas trevas. 89 1 Cantarei para sempre as benignidades do Senhor; com a minha boca proclamarei a todas as gerações a tua fidelidade. 2 Digo, pois: A tua benignidade será renovada para sempre; tu confirmarás a tua fidelidade até nos céus, dizendo: 3 Fiz um pacto com o meu escolhido; jurei ao meu servo David: 4 Estabelecerei para sempre a tua descendência, e firmarei o teu trono por todas as gerações. 5 Os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade na assembleia dos santos. 6 Pois quem no firmamento se pode igualar ao Senhor? Quem entre os filhos de Deus é semelhante ao Senhor, 7 um Deus sobremodo tremendo na assembleia dos santos, e temível mais do que todos os que estão ao seu redor? 8 Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti? 9 Tu dominas o ímpio do mar; quando as suas ondas se levantam tu as fazes aquietar. 10 Tu abateste a Raabe como se fora ferida de morte; com o teu braço poderoso espalhaste os teus inimigos. 11 São teus os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste. 12 O norte e o sul, tu os criaste; o Tabor e o Hermon regozijam-se em teu nome. 13 Tu tens um braço poderoso; forte é a tua mão, e elevado a tua destra. 14 Justiça e juízo são a base do teu trono; benignidade e verdade vão adiante de ti. 15 Bem-aventurado o povo que conhece o som festivo, que anda, ó Senhor, na luz da tua face, 16 que se regozija em teu nome todo o dia, e na tua justiça é exaltado. 17 Pois tu és a glória da sua força; e pelo teu favor será exaltado o nosso poder. 18 Porque o Senhor é o nosso escudo, e o Santo de Israel é o nosso Rei. 19 Naquele tempo falaste em visão ao teu santo, e disseste: Coloquei a coroa num homem poderoso; exaltei um escolhido dentre o povo. 20 Achei David, meu servo; com o meu santo óleo o ungi. 21 A minha mão será sempre com ele, e o meu braço o fortalecerá. 22 O inimigo não o surpreenderá, nem o filho da perversidade o afligirá. 23 Eu esmagarei diante dele os seus adversários, e aos que o odeiam abaterei. 24 A minha fidelidade, porém, e a minha benignidade estarão com ele, e em meu nome será exaltado o seu poder. 25 Porei a sua mão sobre o mar, e a sua destra sobre os rios. 26 Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação. 27 Também lhe darei o lugar de primogénito; fá-lo-ei o mais excelso dos reis da terra. 28 Conservar-lhe-ei para sempre a minha benignidade, e o meu pacto com ele ficará firme. 29 Farei que subsista para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias dos céus. 30 Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nas minhas ordenanças, 31 se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos, 32 então visitarei com vara a sua transgressão, e com açoites a sua iniquidade. 33 Mas não lhe retirarei totalmente a minha benignidade, nem faltarei com a minha fidelidade. 34 Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos meus lábios. 35 Uma vez para sempre jurei por minha santidade; não mentirei a David. 36 A sua descendência subsistirá para sempre, e o seu trono será como o sol diante de mim; 37 será estabelecido para sempre como a lua, e ficará firme enquanto o céu durar. 38 Mas tu o repudiaste e rejeitaste, tu estás indignado contra o teu ungido. 39 Desprezaste o pacto feito com teu servo; profanaste a sua coroa, arrojando-a por terra. 40 Derribaste todos os seus muros; arruinaste as suas fortificações. 41 Todos os que passam pelo caminho o despojam; tornou-se objecto de opróbrio para os seus vizinhos. 42 Exaltaste a destra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem. 43 Embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste na peleja; 44 fizeste cessar o seu esplendor, e arrojaste por terra o seu trono; 45 abreviaste os dias da sua mocidade; cobriste-o de vergonha. 46 Até quando, Senhor? Esconder-te-ás para sempre? Até quando arderá a tua ira como fogo? 47 Lembra-te de quão breves são os meus dias; de quão efémeros criaste todos os filhos dos homens! 48 Que homem há que viva e não veja a morte? ou que se livre do poder do Seol? 49 Senhor, onde estão as tuas antigas benignidades, que juraste a David na tua fidelidade? 50 Lembre-te, Senhor, do opróbrio dos teus servos; e de como trago no meu peito os insultos de todos os povos poderosos, 51 com que os teus inimigos, ó Senhor, têm difamado, com que têm difamado os passos do teu ungido. 52 Bendito seja o Senhor para sempre. Amém e amém. 90 1 Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração em geração. 2 Antes que nascessem os montes, ou que tivesses formado a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade tu és Deus. 3 Tu reduzes o homem ao pó, e dizes: Voltai, filhos dos homens! 4 Porque mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou, e como uma vigília da noite. 5 Tu os levas como por uma torrente; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce; 6 de manhã cresce e floresce; à tarde corta-se e seca. 7 Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos conturbados. 8 Diante de ti puseste as nossas iniquidades, à luz do teu rosto os nossos pecados ocultos. 9 Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um suspiro. 10 A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos. 11 Quem conhece o poder da tua ira? e a tua cólera, segundo o temor que te é devido? 12 Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios. 13 Volta-te para nós, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos. 14 Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias. 15 Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal. 16 Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos. 17 Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos. 91 1 Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará. 2 Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio. 3 Porque ele te livra do laço do passarinho, e da peste perniciosa. 4 Ele te cobre com as suas penas, e debaixo das suas asas encontras refúgio; a sua verdade é escudo e broquel. 5 Não temerás os terrores da noite, nem a seta que voe de dia, 6 nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia. 7 Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido. 8 Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios. 9 Porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio, e do Altíssimo a tua habitação, 10 nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. 11 Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. 12 Eles te susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra. 13 Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente. 14 Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque ele conhece o meu nome. 15 Quando ele me invocar, eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o honrarei. 16 Com longura de dias fartá-lo-ei, e lhe mostrarei a minha salvação. 92 1 Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, 2 anunciar de manhã a tua benignidade, e à noite a tua fidelidade, 3 sobre um instrumento de dez cordas, e sobre o saltério, ao som solene da harpa. 4 Pois me alegraste, Senhor, pelos teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos. 5 Quão grandes são, ó Senhor, as tuas obras! quão profundos são os teus pensamentos! 6 O homem néscio não sabe, nem o insensato entende isto: 7 quando os ímpios brotam como a erva, e florescem todos os que praticam a iniquidade, é para serem destruídos para sempre. 8 Mas tu, Senhor, estás nas alturas para sempre. 9 Pois eis que os teus inimigos, Senhor, eis que os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniquidade. 10 Mas tens exaltado o meu poder, como o do boi selvagem; fui ungido com óleo fresco. 11 Os meus olhos já viram o que é feito dos que me espreitam, e os meus ouvidos já ouviram o que sucedeu aos malfeitores que se levantam contra mim. 12 Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro no Líbano. 13 Estão plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. 14 Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes, 15 para proclamarem que o Senhor é recto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça. 93 1 O Senhor reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu, cingiu-se de fortaleza; o mundo também está estabelecido, de modo que não pode ser abalado. 2 O teu trono está firme desde a antiguidade; desde a eternidade tu existes. 3 Os rios levantaram, ó Senhor, os rios levantaram o seu ruído, os rios levantam o seu fragor. 4 Mais que o ruído das grandes águas, mais que as vagas estrondosas do mar, poderoso é o Senhor nas alturas. 5 Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre. 94 1 Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece! 2 Exalta-te, ó juiz da terra! dá aos soberbos o que merecem. 3 Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios exultarão? 4 Até quando falarão, dizendo coisas arrogantes, e se gloriarão todos os que praticam a iniquidade? 5 Esmagam o teu povo, ó Senhor, e afligem a tua herança. 6 Matam a viúva e o estrangeiro, e tiram a vida ao órfão. 7 E dizem: O Senhor não vê; o Deus de Jacob não o percebe. 8 Atendei, ó néscios, dentre o povo; e vós, insensatos, quando haveis de ser sábios? 9 Aquele que fez ouvido, não ouvirá? ou aquele que formou o olho, não verá? 10 Porventura aquele que disciplina as nações, não corrigirá? Aquele que instrui o homem no conhecimento, 11 o Senhor, conhece os pensamentos do homem, que são vaidade. 12 Bem-aventurado é o homem a quem tu repreendes, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei, 13 para lhe dares descanso dos dias da adversidade, até que se abra uma cova para o ímpio. 14 Pois o Senhor não rejeitará o seu povo, nem desamparará a sua herança. 15 Mas o juízo voltará a ser feito com justiça, e hão de segui-lo todos os rectos de coração. 16 Quem se levantará por mim contra os malfeitores? quem se porá ao meu lado contra os que praticam a iniquidade? 17 Se o Senhor não tivesse sido o meu auxílio, já a minha alma estaria habitando no lugar do silêncio. 18 Quando eu disse: O meu pé resvala; a tua benignidade, Senhor, me susteve. 19 Quando os cuidados do meu coração se multiplicam, as tuas consolações recreiam a minha alma. 20 Pode acaso associar-se contigo o trono de iniquidade, que forja o mal tendo a lei por pretexto? 21 Acorrem em tropel contra a vida do justo, e condenam o sangue inocente. 22 Mas o Senhor tem sido o meu alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu refúgio. 23 Ele fará recair sobre eles a sua própria iniquidade, e os destruirá na sua própria malícia; o Senhor nosso Deus os destruirá. 95 1 Vinde, cantemos alegremente ao Senhor, cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação. 2 Apresentemo-nos diante dele com acções de graças, e celebremo-lo com salmos de louvor. 3 Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande acima de todos os deuses. 4 Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas. 5 Seu é o mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a serra terra seca. 6 Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou. 7 Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas que ele conduz. Oxalá que hoje ouvísseis a sua voz: 8 Não endureçais o vosso coração como em Meribá, como no dia de Massá no deserto, 9 quando vossos pais me tentaram, me provaram e viram a minha obra. 10 Durante quarenta anos estive irritado com aquela geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não conhece os meus caminhos; 11 por isso jurei na minha ira: Eles não entrarão no meu descanso. 96 1 Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todos os moradores da terra. 2 Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; anunciai de dia em dia a sua salvação. 3 Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas. 4 Porque grande é o Senhor, e digno de ser louvado; ele é mais temível do que todos os deuses. 5 Porque todos os deuses dos povos são ídolos; mas o Senhor fez os céus. 6 Glória e majestade estão diante dele, força e formosura no seu santuário. 7 Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória e força. 8 Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei oferendas, e entrai nos seus átrios. 9 Adorai ao Senhor vestidos de trajes santos; tremei diante dele, todos os habitantes da terra. 10 Dizei entre as nações: O Senhor reina; ele firmou o mundo, de modo que não pode ser abalado. Ele julgará os povos com retidão. 11 Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; brame o mar e a sua plenitude. 12 Exulte o campo, e tudo o que nele há; então cantarão de júbilo todas as árvores do bosque 13 diante do Senhor, porque ele vem, porque vem julgar a terra: julgará o mundo com justiça e os povos com a sua fidelidade. 97 1 O Senhor reina, regozije-se a terra; alegrem-se as numerosas ilhas. 2 Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e equidade são a base do seu trono. 3 Adiante dele vai um fogo que abrasa os seus inimigos em redor. 4 Os seus relâmpagos alumiam o mundo; a terra os vê e treme. 5 Os montes, como cerca, se derretem na presença do Senhor, na presença do Senhor de toda a terra. 6 Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos vêem a sua glória. 7 Confundidos são todos os que servem imagens esculpidas, que se gloriam de ídolos; prostrai-vos diante dele, todos os deuses. 8 Sião ouve e se alegra, e regozijam-se as filhas de Judá por causa dos teus juízos, Senhor. 9 Pois tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra; tu és sobremodo exaltado acima de todos os deuses. 10 O Senhor ama aos que odeiam o mal; ele preserva as almas dos seus santos, ele os livra das mãos dos ímpios. 11 A luz é semeada para o justo, e a alegria para os rectos de coração. 12 Alegrai-vos, ó justos, no Senhor, e rendei graças ao seu santo nome. 98 1 Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória. 2 O Senhor fez notória a sua salvação, manifestou a sua justiça perante os olhos das nações. 3 Lembrou-se da sua misericórdia e da sua fidelidade para com a casa de Israel; todas as extremidades da terra viram a salvação do nosso Deus. 4 Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra; dai brados de alegria, regozijai-vos, e cantai louvores. 5 Louvai ao Senhor com a harpa; com a harpa e a voz de canto. 6 Com trombetas, e ao som de buzinas, exultai diante do Rei, o Senhor. 7 Brame o mar e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam; 8 batam palmas os rios; à uma regozijem-se os montes 9 diante do Senhor, porque vem julgar a terra; com justiça julgará o mundo, e os povos com equidade. 99 1 O Senhor reina, tremam os povos; ele está entronizado sobre os querubins, estremeça a terra. 2 O Senhor é grande em Sião, e exaltado acima de todos os povos. 3 Louvem o teu nome, grande e tremendo; pois é santo. 4 És Rei poderoso que amas a justiça; estabeleces a equidade, executas juízo e justiça em Jacob. 5 Exaltai o Senhor nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés; porque ele é santo. 6 Moisés e Arão entre os seus sacerdotes, e Samuel entre os que invocavam o seu nome, clamavam ao Senhor, e ele os ouvia. 7 Na coluna de nuvem lhes falava; eles guardavam os seus testemunhos, e os estatutos que lhes dera. 8 Tu os ouviste, Senhor nosso Deus; tu foste para eles um Deus perdoador, embora vingador dos seus actos. 9 Exaltai o Senhor nosso Deus e adorai-o no seu santo monte, porque o Senhor nosso Deus é santo. 100 1 Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra. 2 Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico. 3 Sabei que o Senhor é Deus! Foi ele quem nos fez, e somos dele; somos o seu povo e ovelhas do seu pasto. 4 Entrai pelas suas portas com acção de graças, e em seus átrios com louvor; dai-lhe graças e bendizei o seu nome. 5 Porque o Senhor é bom; a sua benignidade dura para sempre, e a sua fidelidade de geração em geração. 101 1 Cantarei a benignidade e o juízo; a ti, Senhor, cantarei. 2 Portar-me-ei sabiamente no caminho recto. Oh, quando virás ter comigo? Andarei em minha casa com integridade de coração. 3 Não porei coisa torpe diante dos meus olhos; aborreço as acções daqueles que se desviam; isso não se apagará a mim. 4 Longe de mim estará o coração perverso; não conhecerei o mal. 5 Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não o tolerarei. 6 Os meus olhos estão sobre os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda no caminho perfeito, esse me servirá. 7 O que usa de fraude não habitará em minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos. 8 De manhã em manhã destruirei todos os ímpios da terra, para desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a iniquidade. 102 1 Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. 2 Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa. 3 Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus ossos ardem como um tição. 4 O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão. 5 Por causa do meu doloroso gemer, os meus ossos se apegam à minha carne. 6 Sou semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das ruínas. 7 Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no telhado. 8 Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim se enfurecem, me amaldiçoam. 9 Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha bebida, 10 por causa da tua indignação e da tua ira; pois tu me levantaste e me arrojaste de ti. 11 Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando. 12 Mas tu, Senhor, estás entronizado para sempre, e o teu nome será lembrado por todas as gerações. 13 Tu te levantarás e terás piedade de Sião; pois é o tempo de te compadeceres dela, sim, o tempo determinado já chegou. 14 Porque os teus servos têm prazer nas pedras dela, e se compadecem do seu pó. 15 As nações, pois, temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a tua glória, 16 quando o Senhor edificar a Sião, e na sua glória se manifestar, 17 atendendo à oração do desamparado, e não desprezando a sua súplica. 18 Escreva-se isto para a geração futura, para que um povo que está por vir louve ao Senhor. 19 Pois olhou do alto do seu santuário; dos céus olhou o Senhor para a terra, 20 para ouvir o gemido dos presos, para libertar os sentenciados à morte; 21 a fim de que seja anunciado em Sião o nome do Senhor, e o seu louvor em Jerusalém, 22 quando se congregarem os povos, e os reinos, para servirem ao Senhor. 23 Ele abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias. 24 Eu clamo: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as gerações. 25 Desde a antiguidade fundaste a terra; e os céus são obra das tuas mãos. 26 Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles, como um vestido, envelhecerão; como roupa os mudarás, e ficarão mudados. 27 Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão. 28 Os filhos dos teus servos habitarão seguros, e a sua descendência ficará firmada diante de ti. 103 1 Bendiz, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. 2 Bendiz, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios. 3 É ele quem perdoa todas as tuas iniquidades, quem sara todas as tuas enfermidades, 4 quem redime a tua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de misericórdia, 5 quem te supre de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia. 6 O Senhor executa actos de justiça, e juízo a favor de todos os oprimidos. 7 Fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel. 8 Compassivo e misericordioso é o Senhor; tardio em irar-se e grande em benignidade. 9 Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira. 10 Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui segundo as nossas iniquidades. 11 Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua benignidade para com os que o temem. 12 Quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões. 13 Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem. 14 Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó. 15 Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo, assim ele floresce. 16 Pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não a conhece mais. 17 Mas é de eternidade a eternidade a benignidade do Senhor sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos, 18 sobre aqueles que guardam o seu pacto, e sobre os que se lembram dos seus preceitos para os cumprirem. 19 O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo. 20 Bendizei ao Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra! 21 Bendizei ao Senhor, vós todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais a sua vontade! 22 Bendizei ao Senhor, vós todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio! Bendizei, ó minha alma ao Senhor! 104 1 Bendiz, ó minha alma, ao Senhor! Senhor, Deus meu, tu és magnificentíssimo! Estás vestido de honra e de majestade, 2 tu que te cobres de luz como de um manto, que estendes os céus como uma cortina. 3 És tu que pões nas águas os vigamentos da tua morada, que fazes das nuvens o teu carro, que andas sobre as asas do vento; 4 que fazes dos ventos teus mensageiros, dum fogo abrasador os teus ministros. 5 Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não fosse abalada em tempo algum. 6 Tu a cobriste do abismo, como dum vestido; as águas estavam sobre as montanhas. 7 À tua repreensão fugiram; à voz do teu trovão puseram-se em fuga. 8 Elevaram-se as montanhas, desceram os vales, até o lugar que lhes determinaste. 9 Limite lhes traçaste, que não haviam de ultrapassar, para que não tornassem a cobrir a terra. 10 És tu que nos vales fazes rebentar nascentes, que correm entre as colinas. 11 Dão de beber a todos os animais do campo; ali os asnos monteses matam a sua sede. 12 Junto delas habitam as aves dos céus; dentre a ramagem fazem ouvir o seu canto. 13 Da tua alta morada regas os montes; a terra se farta do fruto das tuas obras. 14 Fazes crescer erva para os animais, e a verdura para uso do homem, de sorte que da terra tire o alimento, 15 o vinho que alegra o seu coração, o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que lhe fortalece o coração. 16 Saciam-se as árvores do Senhor, os cedros do Líbano que ele plantou, 17 nos quais as aves se aninham, e a cegonha, cuja casa está nos ciprestes. 18 Os altos montes são um refúgio para as cabras montesas, e as rochas para os animais roedores. 19 Designou a lua para marcar as estações; o sol sabe a hora do seu ocaso. 20 Fazes as trevas, e vem a noite, na qual saem todos os animais da selva. 21 Os leões novos os animais bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento. 22 Quando nasce o sol, logo se recolhem e se deitam nos seus covis. 23 Então sai o homem para a sua lida e para o seu trabalho, até a tarde. 24 Ó Senhor, quão multiformes são as tuas obras! Todas elas as fizeste com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas. 25 Eis também o vasto e espaçoso mar, no qual se movem seres inumeráveis, animais pequenos e grandes. 26 Ali andam os navios, e o Leviatan que formaste para nele folgar. 27 Todos esperam de ti que lhes dês o sustento a seu tempo. 28 Tu lho dás, e eles o recolhem; abres a tua mão, e eles se fartam de bens. 29 Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras a respiração, morrem, e voltam para o seu pó. 30 Envias o teu fôlego, e são criados; e assim renovas a face da terra. 31 Permaneça para sempre a glória do Senhor; regozije-se o Senhor nas suas obras; 32 ele olha para a terra, e ela treme; ele toca nas montanhas, e elas fumegam. 33 Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus enquanto eu existir. 34 Seja-lhe agradável a minha meditação; eu me regozijarei no Senhor. 35 Sejam extirpados da terra os pecadores, e não subsistam mais os ímpios. Bendiz, ó minha alma, ao Senhor. Louvai ao Senhor. 105 1 Dai graças ao Senhor; invocai o seu nome; fazei conhecidos os seus feitos entre os povos. 2 Cantai-lhe, cantai-lhe louvores; falai de todas as suas maravilhas. 3 Gloriai-vos no seu santo nome; regozije-se o coração daqueles que buscam ao Senhor. 4 Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente. 5 Lembrai-vos das maravilhas que ele tem feito, dos seus prodígios e dos juízos da sua boca, 6 vós, descendência de Abraão, seu servo, vós, filhos de Jacob, seus escolhidos. 7 Ele é o Senhor nosso Deus; os seus juízos estão em toda a terra. 8 Lembra-se perpetuamente do seu pacto, da palavra que ordenou para mil gerações; 9 do pacto que fez com Abraão, e do seu juramento a Isaque; 10 o qual ele confirmou a Jacob por estatuto, e a Israel por pacto eterno, 11 dizendo: A ti darei a terra de Canaã, como porção da vossa herança. 12 Quando eles eram ainda poucos em número, de pouca importância, e forasteiros nela, 13 andando de nação em nação, dum reino para outro povo, 14 não permitiu que ninguém os oprimisse, e por amor deles repreendeu reis, dizendo: 15 Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas. 16 Chamou a fome sobre a terra; retirou-lhes todo o sustento do pão. 17 Enviou adiante deles um varão; José foi vendido como escravo; 18 feriram-lhe os pés com grilhões; puseram-no a ferro, 19 até o tempo em que a sua palavra se cumpriu; a palavra do Senhor o provou. 20 O rei mandou, e fez soltá-lo; o governador dos povos o libertou. 21 Fê-lo senhor da sua casa, e governador de toda a sua fazenda, 22 para, a seu gosto, dar ordens aos príncipes, e ensinar aos anciãos a sabedoria. 23 Então Israel entrou no Egipto, e Jacob peregrinou na terra de Cão. 24 E o Senhor multiplicou sobremodo o seu povo, e o fez mais poderoso do que os seus inimigos. 25 Mudou o coração destes para que odiassem o seu povo, e tratassem astutamente aos seus servos. 26 Enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem escolhera, 27 os quais executaram entre eles os seus sinais e prodígios na terra de Cão. 28 Mandou à escuridão que a escurecesse; e foram rebeldes à sua palavra. 29 Converteu-lhes as águas em sangue, e fez morrer os seus peixes. 30 A terra deles produziu rãs em abundância, até nas câmaras dos seus reis. 31 Ele falou, e vieram enxames de moscas em todo o seu termo. 32 Deu-lhes saraiva por chuva, e fogo abrasador na sua terra. 33 Feriu-lhes também as vinhas e os figueirais, e quebrou as árvores da sua terra. 34 Ele falou, e vieram gafanhotos, e pulgões em quantidade inumerável, 35 que comeram toda a erva da sua terra, e devoraram o fruto dos seus campos. 36 Feriu também todos os primogénitos da terra deles, as primícias de toda a sua força. 37 E fez sair os israelitas com prata e ouro, e entre as suas tribos não havia quem tropeçasse. 38 O Egipto alegrou-se quando eles saíram, porque o temor deles o dominara. 39 Estendeu uma nuvem para os cobrir, e um fogo para os alumiar de noite. 40 Eles pediram, e ele fez vir codornizes, e os saciou com pão do céu. 41 Fendeu a rocha, e dela brotaram águas, que correram pelos lugares áridos como um rio. 42 Porque se lembrou da sua santa palavra, e de Abraão, seu servo. 43 Fez sair com alegria o seu povo, e com cânticos de júbilo os seus escolhidos. 44 Deu-lhes as terras das nações, e eles herdaram o fruto do trabalho dos povos, 45 para que guardassem os seus preceitos, e observassem as suas leis. Louvai ao Senhor 106 1 Louvai ao Senhor. Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. 2 Quem pode referir os poderosos feitos do Senhor, ou anunciar todo o seu louvor? 3 Bem-aventurados os que observam o direito, que praticam a justiça em todos os tempos. 4 Lembra-te de mim, Senhor, quando mostrares favor ao teu povo; visita-me com a tua salvação, 5 para que eu veja a prosperidade dos teus escolhidos, para que me alegre com a alegria da tua nação, e me glorie juntamente com a tua herança. 6 Nós pecamos, como nossos pais; cometemos a iniquidade, andamos perversamente. 7 Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egipto, não se lembraram da multidão das tuas benignidades; antes foram rebeldes contra o Altíssimo junto ao Mar Vermelho. 8 Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder. 9 Pois repreendeu o Mar Vermelho e este se secou; e os fez caminhar pelos abismos como pelo deserto. 10 Salvou-os da mão do adversário, livrou-os do poder do inimigo. 11 As águas, porém, cobriram os seus adversários; nem um só deles ficou. 12 Então creram nas palavras dele e cantaram-lhe louvor. 13 Cedo, porém, se esqueceram das suas obras; não esperaram pelo seu conselho; 14 mas deixaram-se levar pela cobiça no deserto, e tentaram a Deus no ermo. 15 E ele lhes deu o que pediram, mas fê-los definhar de doença. 16 Tiveram inveja de Moisés no acampamento, e de Arão, o santo do Senhor. 17 Abriu-se a terra, e engoliu a Datã, e cobriu a companhia de Abiram; 18 ateou-se um fogo no meio da congregação; e chama abrasou os ímpios. 19 Fizeram um bezerro em Horebe, e adoraram uma imagem de fundição. 20 Assim trocaram a sua glória pela figura de um boi que come erva. 21 Esqueceram-se de Deus seu Salvador, que fizera grandes coisas no Egipto, 22 maravilhas na terra de Cão, coisas tremendas junto ao Mar Vermelho. 23 Pelo que os teria destruído, como dissera, se Moisés, seu escolhido, não se tivesse interposto diante dele, para desviar a sua indignação, a fim de que não os destruísse. 24 Também desprezaram a terra aprazível; não confiaram na sua promessa; 25 antes murmuraram em suas tendas e não deram ouvidos à voz do Senhor. 26 Pelo que levantou a sua mão contra eles, afirmando que os faria cair no deserto; 27 que dispersaria também a sua descendência entre as nações, e os espalharia pelas terras. 28 Também se apegaram a Baal-Peor, e comeram sacrifícios oferecidos aos mortos. 29 Assim o provocaram à ira com as suas acções; e uma praga rebentou entre eles. 30 Então se levantou Fineias, que executou o juízo; e cessou aquela praga. 31 E isto lhe foi imputado como justiça, de geração em geração, para sempre. 32 Indignaram-no também junto às águas de Meribá, de sorte que sucedeu mal a Moisés por causa deles; 33 porque amarguraram o seu espírito; e ele falou imprudentemente com seus lábios. 34 Não destruíram os povos, como o Senhor lhes ordenara; 35 antes se misturaram com as nações, e aprenderam as suas obras. 36 Serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço; 37 sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demónios; 38 e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e de suas filhas, que eles sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi manchada com sangue. 39 Assim se contaminaram com as suas obras, e se prostituíram pelos seus feitos. 40 Pelo que se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, de modo que abominou a sua herança; 41 entregou-os nas mãos das nações, e aqueles que os odiavam dominavam sobre eles. 42 Os seus inimigos os oprimiram, e debaixo das mãos destes foram eles humilhados. 43 Muitas vezes os livrou; mas eles foram rebeldes nos seus desígnios, e foram abatidos pela sua iniquidade. 44 Contudo, atentou para a sua aflição, quando ouviu o seu clamor; 45 e a favor deles lembrou-se do seu pacto, e aplacou-se, segundo a abundância da sua benignidade. 46 Por isso fez com que obtivessem compaixão da parte daqueles que os levaram cativos. 47 Salva-nos, Senhor, nosso Deus, e congrega-nos dentre as nações, para que louvemos o teu santo nome, e nos gloriemos no teu louvor. 48 Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de eternidade em eternidade! E diga todo o povo: Amém. Louvai ao Senhor. 107 1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre; 2 digam-no os remidos do Senhor, os quais ele remiu da mão do inimigo, 3 e os que congregou dentre as terras, do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul. 4 Andaram desgarrados pelo deserto, por caminho ermo; não acharam cidade em que habitassem. 5 Andavam famintos e sedentos; desfalecia-lhes a alma. 6 E clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias; 7 conduziu-os por um caminho direito, para irem a uma cidade em que habitassem. 8 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 9 Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta. 10 Quanto aos que se assentavam nas trevas e sombra da morte, presos em aflição e em ferros, 11 por se haverem rebelado contra as palavras de Deus, e desprezado o conselho do Altíssimo, 12 eis que lhes abateu o coração com trabalho; tropeçaram, e não houve quem os ajudasse. 13 Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias. 14 Tirou-os das trevas e da sombra da morte, e quebrou-lhes as prisões. 15 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 16 Pois quebrou as portas de bronze e despedaçou as trancas de ferro. 17 Os insensatos, por causa do seu caminho de transgressão, e por causa das suas iniquidades, são afligidos. 18 A sua alma aborreceu toda sorte de comida, e eles chegaram até as portas da morte. 19 Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias. 20 Enviou a sua palavra, e os sarou, e os livrou da destruição. 21 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 22 Ofereçam sacrifícios de louvor, e relatem as suas obras com regozijo! 23 Os que descem ao mar em navios, os que fazem comércio nas grandes águas, 24 esses vêem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no abismo. 25 Pois ele manda, e faz levantar o vento tempestuoso, que eleva as ondas do mar. 26 Eles sobem ao céu, descem ao abismo; esvaece-lhes a alma de aflição. 27 Balançam e cambaleiam como ébrios, e perdem todo o tino. 28 Então clamam ao Senhor na sua tribulação, e ele os livra das suas angústias. 29 Faz cessar a tormenta, de modo que se acalmam as ondas. 30 Então eles se alegram com a bonança; e assim ele os leva ao porto desejado. 31 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 32 Exaltem-no na congregação do povo, e louvem-no na assembleia dos anciãos! 33 Ele converte rios em deserto, e nascentes em terra sedenta; 34 a terra frutífera em deserto salgado, por causa da maldade dos que nela habitam. 35 Converte o deserto em lagos, e a terra seca em nascentes. 36 E faz habitar ali os famintos, que edificam uma cidade para sua habitação; 37 semeiam campos e plantam vinhas, que produzem frutos abundantes. 38 Ele os abençoa, de modo que se multiplicam sobremaneira; e não permite que o seu gado diminua. 39 Quando eles decrescem e são abatidos pela opressão, aflição e tristeza, 40 ele lança o desprezo sobre os príncipes, e os faz desgarrados pelo deserto, onde não há caminho. 41 Mas levanta da opressão o necessitado para um alto retiro, e dá-lhe famílias como um rebanho. 42 Os rectos o vêem e se regozijam, e toda a iniquidade tapa a sua própria boca. 43 Quem é sábio observe estas coisas, e considere atentamente as benignidades do Senhor. 108 1 Preparado está o meu coração, ó Deus; cantarei, sim, cantarei louvores, com toda a minha alma. 2 Despertai, saltério e harpa; eu mesmo despertarei a aurora. 3 Louvar-te-ei entre os povos, Senhor, cantar-te-ei louvores entre as nações. 4 Pois grande, acima dos céus, é a tua benignidade, e a tua verdade ultrapassa as mais altas nuvens. 5 Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus, e seja a tua glória acima de toda a terra! 6 Para que sejam livres os teus amados, salva-nos com a tua destra, e ouve-nos. 7 Deus falou no seu santuário: Eu me regozijarei; repartirei Siquém, e medirei o vale de Sucot. 8 Meu é Guilead, meu é Manassés; também Efraim é o meu capacete; Judá o meu cetro. 9 Moab a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia bradarei em triunfo. 10 Quem me conduzirá à cidade fortificada? Quem me guiará até Edom? 11 Porventura não nos rejeitaste, ó Deus? Não sais, ó Deus, com os nossos exércitos. 12 Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o socorro da parte do homem. 13 Em Deus faremos proezas; porque é ele quem calcará aos pés os nossos inimigos. 109 1 Ó Deus do meu louvor, não te cales; 2 pois a boca do ímpio e a boca fraudulenta se abrem contra mim; falam contra mim com uma língua mentirosa. 3 Eles me cercam com palavras de ódio, e pelejam contra mim sem causa. 4 Em paga do meu amor são meus adversários; mas eu me dedico à oração. 5 Retribuem-me o mal pelo bem, e o ódio pelo amor. 6 Põe sobre ele um ímpio, e esteja à sua direita um acusador. 7 Quando ele for julgado, saia condenado; e em pecado se lhe torne a sua oração! 8 Sejam poucos os seus dias, e outro tome o seu ofício! 9 Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva a sua mulher! 10 Andem errantes os seus filhos, e mendiguem; esmolem longe das suas habitações assoladas. 11 O credor lance mão de tudo quanto ele tenha, e despojem-no os estranhos do fruto do seu trabalho! 12 Não haja ninguém que se compadeça dele, nem haja quem tenha pena dos seus órfãos! 13 Seja extirpada a sua posteridade; o seu nome seja apagado na geração seguinte! 14 Esteja na memória do Senhor a iniquidade de seus pais; e não se apague o pecado de sua mãe! 15 Antes estejam sempre perante o Senhor, para que ele faça desaparecer da terra a memória deles! 16 Porquanto não se lembrou de usar de benignidade; antes perseguiu o varão aflito e o necessitado, como também o quebrantado de coração, para o matar. 17 Visto que amou a maldição, que ela lhe sobrevenha! Como não desejou a bênção, que ela se afaste dele! 18 Assim como se vestiu de maldição como dum vestido, assim penetre ela nas suas entranhas como água, e em seus ossos como azeite! 19 Seja para ele como o vestido com que ele se cobre, e como o cinto com que sempre anda cingido! 20 Seja este, da parte do Senhor, o galardão dos meus adversários, e dos que falam mal contra mim! 21 Mas tu, ó Deus, meu Senhor age em meu favor por amor do teu nome; pois que é boa a tua benignidade, livra-me; 22 pois sou pobre e necessitado, e dentro de mim está ferido o meu coração. 23 Eis que me vou como a sombra que declina; sou arrebatado como o gafanhoto. 24 Os meus joelhos estão enfraquecidos pelo jejum, e a minha carne perde a sua gordura. 25 Eu sou para eles objecto de opróbrio; ao me verem, meneiam a cabeça. 26 Ajuda-me, Senhor, Deus meu; salva-me segundo a tua benignidade. 27 Saibam que nisto está a tua mão, e que tu, Senhor, o fizeste. 28 Amaldiçoem eles, mas abençoa tu; fiquem confundidos os meus adversários; mas alegre-se o teu servo! 29 Vistam-se de ignomínia os meus acusadores, e cubram-se da sua própria vergonha como dum manto! 30 Muitas graças darei ao Senhor com a minha boca; 31 Pois ele se coloca à direita do poder, para o salvar dos que o condenam. 110 1 Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. 2 O Senhor enviará de Sião o cetro do teu poder. Domina no meio dos teus inimigos. 3 O teu povo apresentar-se-á voluntariamente no dia do teu poder, em trajes santos; como vindo do próprio seio da alva, será o orvalho da tua mocidade. 4 Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. 5 O Senhor, à tua direita, quebrantará reis no dia da sua ira. 6 Julgará entre as nações; enchê-las-á de cadáveres; quebrantará os cabeças por toda a terra. 7 Pelo caminho beberá da corrente, e prosseguirá de cabeça erguida. 111 1 Louvai ao Senhor. De todo o coração darei graças ao Senhor, no concílio dos rectos e na congregação. 2 Grandes são as obras do Senhor, e para serem estudadas por todos os que nelas se comprazem. 3 Glória e majestade há em sua obra; e a sua justiça permanece para sempre. 4 Ele fez memoráveis as suas maravilhas; compassivo e misericordioso é o Senhor. 5 Dá mantimento aos que o temem; lembra-se sempre do seu pacto. 6 Mostrou ao seu povo o poder das suas obras, dando-lhe a herança das nações. 7 As obras das suas mãos são verdade e justiça; fiéis são todos os seus preceitos; 8 firmados estão para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão. 9 Enviou ao seu povo a redenção; ordenou para sempre o seu pacto; santo e tremendo é o seu nome. 10 O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste para sempre. 112 1 Louvai ao Senhor. Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer! 2 A sua descendência será poderosa na terra; a geração dos rectos será abençoada. 3 Bens e riquezas há na sua casa; e a sua justiça permanece para sempre. 4 Aos rectos nasce luz nas trevas; ele é compassivo, misericordioso e justo. 5 Ditoso é o homem que se compadece, e empresta, que conduz os seus negócios com justiça; 6 pois ele nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna. 7 Ele não teme más notícias; o seu coração está firme, confiando no Senhor. 8 O seu coração está bem firmado, ele não terá medo, até que veja cumprido o seu desejo sobre os seus adversários. 9 Espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça subsiste para sempre; o seu poder será exaltado em honra. 10 O ímpio vê isto e se enraivece; range os dentes e se consome; o desejo dos ímpios perecerá. 113 1 Louvai ao Senhor. Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. 2 Bendito seja o nome do Senhor, desde agora e para sempre. 3 Desde o nascimento do sol até o seu ocaso, há de ser louvado o nome do Senhor. 4 Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória acima dos céus. 5 Quem é semelhante ao Senhor nosso Deus, que tem o seu assento nas alturas, 6 que se inclina para ver o que está no céu e na terra? 7 Ele levanta do pó o pobre, e do monturo ergue o necessitado, 8 para o fazer sentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo. 9 Ele faz com que a mulher estéril habite em família, e seja alegre mãe de filhos. Louvai ao Senhor. 114 1 Quando Israel saiu do Egipto, e a casa de Jacob dentre um povo de língua estranha, 2 Judá tornou-lhe o santuário, e Israel o seu domínio. 3 O mar viu isto, e fugiu; o Jordão tornou atrás. 4 Os montes saltaram como carneiros, e os outeiros como cordeiros do rebanho. 5 Que tens tu, ó mar, para fugires? e tu, ó Jordão, para tornares atrás? 6 E vós, montes, que saltais como carneiros, e vós outeiros, como cordeiros do rebanho? 7 Treme, ó terra, na presença do Senhor, na presença do Deus de Jacob, 8 o qual converteu a rocha em lago de águas, a pederneira em manancial. 115 1 Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade. 2 Por que perguntariam as nações: Onde está o seu Deus? 3 Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz. 4 Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem. 5 Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; 6 têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; 7 têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. 8 Semelhantes a eles sejam os que fazem, e todos os que neles confiam. 9 Confia, ó Israel, no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo. 10 Casa de Arão, confia no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo. 11 Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo. 12 O Senhor tem-se lembrado de nós, abençoar-nos-á; abençoará a casa de Israel; abençoará a casa de Arão; 13 abençoará os que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes. 14 Aumente-vos o Senhor cada vez mais, a vós e a vossos filhos. 15 Sede vós benditos do Senhor, que fez os céus e a terra. 16 Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens. 17 Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio; 18 nós, porém, bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre. Louvai ao Senhor. 116 1 Amo ao Senhor, porque ele ouve a minha voz e a minha súplica. 2 Porque inclina para mim o seu ouvido, invocá-lo-ei enquanto viver. 3 Os laços da morte me cercaram; as angústias do Seol se apoderaram de mim; sofri tribulação e tristeza. 4 Então invoquei o nome do Senhor, dizendo: Ó Senhor, eu te rogo, livra-me. 5 Compassivo é o Senhor, e justo; sim, misericordioso é o nosso Deus. 6 O Senhor guarda os simples; quando me acho abatido, ele me salva. 7 Volta, minha alma, ao teu repouso, pois o Senhor te fez bem. 8 Pois livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés de tropeçar. 9 Andarei perante o Senhor, na terra dos viventes. 10 Cri, por isso falei; estive muito aflito. 11 Eu dizia na minha precipitação: Todos os homens são mentirosos. 12 Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? 13 Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor. 14 Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo. 15 Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos. 16 Ó Senhor, deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhas cadeias. 17 Oferecer-te-ei sacrifícios de acção de graças, e invocarei o nome do Senhor. 18 Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo, 19 nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalém! Louvai ao Senhor. 117 1 Louvai ao Senhor todas as nações, exaltai-o todos os povos. 2 Porque a sua benignidade é grande para connosco, e a verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor. 118 1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. 2 Diga, pois, Israel: A sua benignidade dura para sempre. 3 Diga, pois, a casa de Arão: A sua benignidade dura para sempre. 4 Digam, pois, os que temem ao Senhor: A sua benignidade dura para sempre. 5 Do meio da angústia invoquei o Senhor; o Senhor me ouviu, e me pôs em um lugar largo. 6 O Senhor é por mim, não recearei; que me pode fazer o homem? 7 O Senhor é por mim entre os que me ajudam; pelo que verei cumprido o meu desejo sobre os que me odeiam. 8 É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar no homem. 9 É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar nos príncipes. 10 Todas as nações me cercaram, mas em nome do Senhor eu as exterminei. 11 Cercaram-me, sim, cercaram-me; mas em nome do Senhor eu as exterminei. 12 Cercaram-me como abelhas, mas apagaram-se como fogo de espinhos; pois em nome do Senhor as exterminei. 13 Com força me impeliste para me fazeres cair, mas o Senhor me ajudou. 14 O Senhor é a minha força e o meu cântico; tornou-se a minha salvação. 15 Nas tendas dos justos há jubiloso cântico de vitória; a destra do Senhor faz proezas. 16 A destra do Senhor se exalta, a destra do Senhor faz proezas. 17 Não morrerei, mas viverei, e contarei as obras do Senhor. 18 O Senhor castigou-me muito, mas não me entregou à morte. 19 Abre-me as portas da justiça, para que eu entre por elas e dê graças ao Senhor. 20 Esta é a porta do Senhor; por ela os justos entrarão. 21 Graças te dou porque me ouviste, e te tornaste a minha salvação. 22 A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular. 23 Foi o Senhor que fez isto e é maravilhoso aos nossos olhos. 24 Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele. 25 Ó Senhor, salva, nós te pedimos; ó Senhor, nós te pedimos, envia-nos a prosperidade. 26 Bendito aquele que vem em nome do Senhor; da casa do Senhor vos bendizemos. 27 O Senhor é Deus, e nos concede a luz; atai a vítima da festa com cordas às pontas do altar. 28 Tu és o meu Deus, e eu te darei graças; tu és o meu Deus, e eu te exaltarei. 29 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. a tua palavra. 119 1 Bem-aventurados os que trilham com integridade o seu caminho, os que andam na lei do Senhor! 2 Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, que o buscam de todo o coração, 3 que não praticam iniquidade, mas andam nos caminhos dele! 4 Tu ordenaste os teus preceitos, para que fossem diligentemente observados. 5 Oxalá sejam os meus caminhos dirigidos de maneira que eu observe os teus estatutos! 6 Então não ficarei confundido, atentando para todos os teus mandamentos. 7 Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido as tuas rectas ordenanças. 8 Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente! 9 Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra. 10 De todo o meu coração tenho te buscado; não me deixes desviar dos teus mandamentos. 11 Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti. 12 Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos. 13 Com os meus lábios declaro todas as ordenanças da tua boca. 14 Regozijo-me no caminho dos teus testemunhos, tanto como em todas as riquezas. 15 Em teus preceitos medito, e observo os teus caminhos. 16 Deleitar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra. 17 Faz bem ao teu servo, para que eu viva; assim observarei a tua palavra. 18 Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei. 19 Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. 20 A minha alma se consome de anelos por tuas ordenanças em todo o tempo. 21 Tu repreendeste os soberbos, os malditos, que se desviam dos teus mandamentos. 22 Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois tenho guardado os teus testemunhos. 23 Príncipes sentaram-se e falavam contra mim, mas o teu servo meditava nos teus estatutos. 24 Os teus testemunhos são o meu prazer e os meus conselheiros. 25 A minha alma apega-se ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra. 26 Meus caminhos te descrevi, e tu me ouviste; ensina-me os teus estatutos. 27 Faz-me entender o caminho dos teus preceitos; assim meditarei nas tuas maravilhas. 28 A minha alma se consome de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra. 29 Desvia de mim o caminho da falsidade, e ensina-me benignidade a tua lei. 30 Escolhi o caminho da fidelidade; diante de mim pus as tuas ordenanças. 31 Apego-me aos teus testemunhos, ó Senhor; não seja eu envergonhado. 32 Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu coração. 33 Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e eu o guardarei até o fim. 34 Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei, e a observe de todo o meu coração. 35 Faz-me andar na vereda dos teus mandamentos, porque nela me comprazo. 36 Inclina o meu coração para os teus testemunhos, e não para a cobiça. 37 Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho. 38 Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao teu temor. 39 Desvia de mim o opróbrio que temo, pois as tuas ordenanças são boas. 40 Eis que tenho anelado os teus preceitos; vivifica-me por tua justiça. 41 Venha também sobre mim a tua benignidade, ó Senhor, e a tua salvação, segundo a tua palavra. 42 Assim terei o que responder ao que me afronta, pois confio na tua palavra. 43 De minha boca não tires totalmente a palavra da verdade, pois tenho esperado nos teus juízos. 44 Assim observarei de contínuo a tua lei, para sempre e eternamente; 45 e andarei em liberdade, pois tenho buscado os teus preceitos. 46 Falarei dos teus testemunhos perante os reis, e não me envergonharei. 47 Deleitar-me-ei em teus mandamentos, que eu amo. 48 Também levantarei as minhas mãos para os teus mandamentos, que amo, e meditarei nos teus estatutos. 49 Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar. 50 Isto é a minha consolação na minha angústia, que a tua promessa me vivifica. 51 Os soberbos zombaram grandemente de mim; contudo não me desviei da tua lei. 52 Lembro-me dos teus juízos antigos, ó Senhor, e assim me consolo. 53 Grande indignação apoderou-se de mim, por causa dos ímpios que abandonam a tua lei. 54 Os teus estatutos têm sido os meus cânticos na casa da minha peregrinação. 55 De noite me lembrei do teu nome, ó Senhor, e observei a tua lei. 56 Isto me sucedeu, porque tenho guardado os teus preceitos. 57 O Senhor é o meu quinhão; prometo observar as tuas palavras. 58 De todo o meu coração imploro o teu favor; tem piedade de mim, segundo a tua palavra. 59 Quando considero os meus caminhos, volto os meus pés para os teus testemunhos. 60 Apresso-me sem detença a observar os teus mandamentos. 61 Enleiam-me os laços dos ímpios; mas eu não me esqueço da tua lei. 62 À meia-noite me levanto para dar-te graças, por causa dos teus rectos juízos. 63 Companheiro sou de todos os que te temem, e dos que guardam os teus preceitos. 64 A terra, ó Senhor, está cheia da tua benignidade; ensina-me os teus estatutos. 65 Tens usado de bondade para com o teu servo, Senhor, segundo a tua palavra. 66 Ensina-me bom juízo e ciência, pois creio nos teus mandamentos. 67 Antes de ser afligido, eu me extraviava; mas agora guardo a tua palavra. 68 Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus estatutos. 69 Os soberbos forjam mentiras contra mim; mas eu de todo o coração guardo os teus preceitos. 70 Torna-se-lhes insensível o coração como a gordura; mas eu me deleito na tua lei. 71 Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos. 72 Melhor é para mim a lei da tua boca do que milhares de ouro e prata. 73 As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que aprenda os teus mandamentos. 74 Os que te temem me verão e se alegrarão, porque tenho esperado na tua palavra. 75 Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos são rectos, e que em tua fidelidade me afligiste. 76 Sirva, pois, a tua benignidade para me consolar, segundo a palavra que deste ao teu servo. 77 Venham sobre mim as tuas ternas misericórdias, para que eu viva, pois a tua lei é o meu deleite. 78 Envergonhados sejam os soberbos, por me haverem subvertido sem causa; mas eu meditarei nos teus preceitos. 79 Voltem-se para mim os que te temem, para que conheçam os teus testemunhos. 80 Seja perfeito o meu coração nos teus estatutos, para que eu não seja envergonhado. 81 Desfalece a minha alma, aguardando a tua salvação; espero na tua palavra. 82 Os meus olhos desfalecem, esperando por tua promessa, enquanto eu pergunto: Quando me consolarás tu? 83 Pois tornei-me como odre na fumaça, mas não me esqueci dos teus estatutos. 84 Quantos serão os dias do teu servo? Até quando não julgarás aqueles que me perseguem? 85 Abriram covas para mim os soberbos, que não andam segundo a tua lei. 86 Todos os teus mandamentos são fiéis. Sou perseguido injustamente; ajuda-me! 87 Quase que me consumiram sobre a terra, mas eu não deixei os teus preceitos. 88 Vivifica-me segundo a tua benignidade, para que eu guarde os testemunhos da tua boca. 89 Para sempre, ó Senhor, a tua palavra está firmada nos céus. 90 A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece. 91 Conforme a tua ordenança, tudo se mantém até hoje, porque todas as coisas te obedecem. 92 Se a tua lei não fora o meu deleite, então eu teria perecido na minha angústia. 93 Nunca me esquecerei dos teus preceitos, pois por eles me tens vivificado. 94 Sou teu, salva-me; pois tenho buscado os teus preceitos. 95 Os ímpios me espreitam para me destruírem, mas eu atento para os teus testemunhos. 96 A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é ilimitado. 97 Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo. 98 O teu mandamento me faz mais sábio do que meus inimigos, pois está sempre comigo. 99 Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação. 100 Sou mais entendido do que os velhos, porque tenho guardado os teus preceitos. 101 Retenho os meus pés de todo caminho mau, a fim de observar a tua palavra. 102 Não me aperto das tuas ordenanças, porque és tu quem me instrui. 103 Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais doces do que o mel à minha boca. 104 Pelos teus preceitos alcanço entendimento, pelo que aborreço toda vereda de falsidade. 105 Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho. 106 Fiz juramento, e o confirmei, de guardar as tuas justas ordenanças. 107 Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra. 108 Aceita, Senhor, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, e ensina-me as tuas ordenanças. 109 Estou continuamente em perigo de vida; todavia não me esqueço da tua lei. 110 Os ímpios me armaram laço, contudo não me desviei dos teus preceitos. 111 Os teus testemunhos são a minha herança para sempre, pois são eles o gozo do meu coração. 112 Inclino o meu coração a cumprir os teus estatutos, para sempre, até o fim. 113 Aborreço a duplicidade, mas amo a tua lei. 114 Tu és o meu refúgio e o meu escudo; espero na tua palavra. 115 Apartai-vos de mim, malfeitores, para que eu guarde os mandamentos do meu Deus. 116 Ampara-me conforme a tua palavra, para que eu viva; e não permitas que eu seja envergonhado na minha esperança. 117 Sustenta-me, e serei salvo, e de contínuo terei respeito aos teus estatutos. 118 Desprezas todos os que se desviam dos teus estatutos, pois a astúcia deles é falsidade. 119 Deitas fora, como escória, todos os ímpios da terra; pelo que amo os teus testemunhos. 120 Arrepia-se-me a carne com temor de ti, e tenho medo dos teus juízos. 121 Tenho praticado a retidão e a justiça; não me abandones aos meus opressores. 122 Fica por fiador do teu servo para o bem; não me oprimem os soberbos. 123 Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça. 124 Trata com o teu servo segundo a tua benignidade, e ensina-me os teus estatutos. 125 Sou teu servo; dá-me entendimento, para que eu conheça os teus testemunhos. 126 É tempo de agires, ó Senhor, pois eles violaram a tua lei. 127 Pelo que amo os teus mandamentos mais do que o ouro, sim, mais do que o ouro fino. 128 Por isso dirijo os meus passos por todos os teus preceitos, e aborreço toda vereda de falsidade. 129 Maravilhosos são os teus testemunhos, por isso a minha alma os guarda. 130 A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples. 131 Abro a minha boca e arquejo, pois estou anelante pelos teus mandamentos. 132 Volta-te para mim, e compadece-te de mim, conforme usas para com os que amam o teu nome. 133 Firma os meus passos na tua palavra; e não se apodere de mim iniquidade alguma. 134 Resgata-me da opressão do homem; assim guardarei os teus preceitos. 135 Faz resplandecer o teu rosto sobre o teu servo, e ensina-me os teus estatutos. 136 Os meus olhos derramam rios de lágrimas, porque os homens não guardam a tua lei. 137 Justo és, ó Senhor, e rectos são os teus juízos. 138 Ordenaste os teus testemunhos com retidão, e com toda a fidelidade. 139 O meu zelo me consome, porque os meus inimigos se esquecem da tua palavra. 140 A tua palavra é fiel a toda prova, por isso o teu servo a ama. 141 Pequeno sou e desprezado, mas não me esqueço dos teus preceitos. 142 A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a verdade. 143 Tribulação e angústia se apoderaram de mim; mas os teus mandamentos são o meu prazer. 144 Justos são os teus testemunhos para sempre; dá-me entendimento, para que eu viva. 145 Clamo de todo o meu coração; atende-me, Senhor! Eu guardarei os teus estatutos. 146 A ti clamo; salva-me, para que guarde os teus testemunhos. 147 Antecipo-me à alva da manhã e clamo; aguardo com esperança as tuas palavras. 148 Os meus olhos se antecipam às vigílias da noite, para que eu medite na tua palavra. 149 Ouve a minha voz, segundo a tua benignidade; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua justiça. 150 Aproximam-se os que me perseguem maliciosamente; andam afastados da tua lei. 151 Tu estás perto, Senhor, e todos os teus mandamentos são verdade. 152 Há muito sei eu dos teus testemunhos que os fundaste para sempre. 153 Olha para a minha aflição, e livra-me, pois não me esqueço da tua lei. 154 Pleiteia a minha causa, e resgata-me; vivifica-me segundo a tua palavra. 155 A salvação está longe dos ímpios, pois não buscam os teus estatutos. 156 Muitas são, Senhor, as tuas misericórdias; vivifica-me segundo os teus juízos. 157 Muitos são os meus perseguidores e os meus adversários, mas não me desvio dos teus testemunhos. 158 Vi os pérfidos, e me afligi, porque não guardam a tua palavra. 159 Considera como amo os teus preceitos; vivifica-me, Senhor, segundo a tua benignidade. 160 A soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para sempre. 161 Príncipes me perseguem sem causa, mas o meu coração teme as tuas palavras. 162 Regozijo-me com a tua palavra, como quem acha grande despojo. 163 Odeio e abomino a falsidade; amo, porém, a tua lei. 164 Sete vezes no dia te louvo pelas tuas justas ordenanças. 165 Muita paz têm os que amam a tua lei, e não há nada que os faça tropeçar. 166 Espero, Senhor, na tua salvação, e cumpro os teus mandamentos. 167 A minha alma observa os teus testemunhos; amo-os extremamente. 168 Observo os teus preceitos e os teus testemunhos, pois todos os meus caminhos estão diante de ti. 169 Chegue a ti o meu clamor, ó Senhor; dá-me entendimento conforme a tua palavra. 170 Chegue à tua presença a minha súplica; livra-me segundo a tua palavra. 171 Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas os teus estatutos. 172 Celebre a minha língua a tua palavra, pois todos os teus mandamentos são justos. 173 Esteja pronta a tua mão para me socorrer, pois escolhi os teus preceitos. 174 Anelo por tua salvação, ó Senhor; a tua lei é o meu prazer. 175 Que minha alma viva, para que te louve; ajudem-me as tuas ordenanças. 176 Desgarrei-me como ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueço dos teus mandamentos. 120 1 Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me ouviu. 2 Senhor, livra-me dos lábios mentirosos e da língua enganadora. 3 Que te será dado, ou que te será acrescentado, língua enganadora? 4 Flechas agudas do valente, com brasas vivas de zimbro! 5 Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito entre as tendas de Quedar! 6 Há muito que eu habito com aqueles que odeiam a paz. 7 Eu sou pela paz; mas quando falo, eles são pela guerra. 121 1 Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro? 2 O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra. 3 Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará. 4 Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel. 5 O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão direita. 6 De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite. 7 O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida. 8 O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre. 122 1 Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor. 2 Os nossos pés estão parados dentro das tuas portas, ó Jerusalém! 3 Jerusalém, que és edificada como uma cidade compacta, 4 aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho para Israel, a fim de darem graças ao nome do Senhor. 5 Pois ali estão postos os tronos de julgamento, os tronos da casa de David. 6 Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam. 7 Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios. 8 Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz dentro de ti. 9 Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem. 123 1 A ti levanto os meus olhos, ó tu que estás entronizado nos céus. 2 Eis que assim como os olhos dos servos atentam para a mão do seu senhor, e os olhos da serva para a mão de sua senhora, assim os nossos olhos atentam para o Senhor nosso Deus, até que ele se compadeça de nós. 3 Compadece-te de nós, ó Senhor, compadece-te de nós, pois estamos sobremodo fartos de desprezo. 4 A nossa alma está sobremodo farta da zombaria dos arrogantes, e do desprezo dos soberbos. 124 1 Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel: 2 Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, 3 eles nos teriam tragado vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós; 4 as águas nos teriam submergido, e a torrente teria passado sobre nós; 5 sim, as águas impetuosas teriam passado sobre nós. 6 Bendito seja o Senhor, que não nos entregou, como presa, aos dentes deles. 7 Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos. 8 O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra. 125 1 Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre. 2 Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim o Senhor está ao redor do seu povo, desde agora e para sempre. 3 Porque o cetro da impiedade não repousará sobre a sorte dos justos, para que os justos não estendam as suas mãos para cometer a iniquidade. 4 Faz o bem, ó Senhor, aos bons e aos que são rectos de coração. 5 Mas aos que se desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á o Senhor juntamente com os que praticam a maldade. Que haja paz sobre Israel. 126 1 Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, éramos como os que estão sonhando. 2 Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cânticos. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor por eles. 3 Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres. 4 Faz regressar os nossos cativos, Senhor, como as correntes no sul. 5 Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão. 6 Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos. 127 1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. 2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem. 3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. 4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade. 5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta. 128 1 Bem-aventurado todo aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos. 2 Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. 3 A tua mulher será como a videira frutífera, no interior da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira, ao redor da tua mesa. 4 Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor. 5 De Sião o Senhor te abençoará; verás a prosperidade de Jerusalém por todos os dias da tua vida, 6 e verás os filhos de teus filhos. A paz seja sobre Israel. 129 1 Gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, diga agora Israel; 2 gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, todavia não prevaleceram contra mim. 3 Os lavradores araram sobre as minhas costas; compridos fizeram os seus sulcos. 4 O Senhor é justo; ele corta as cordas dos ímpios. 5 Sejam envergonhados e repelidos para trás todos os que odeiam a Sião. 6 Sejam como a erva dos telhados, que seca antes de florescer; 7 com a qual o segador não enche a mão, nem o regaço o que ata os feixes; 8 nem dizem os que passam: A bênção do Senhor seja sobre vós; nós vos abençoamos em nome do Senhor. 130 1 Das profundezas clamo a ti, ó Senhor. 2 Senhor, escuta a minha voz; estejam os teus ouvidos atentos à voz das minhas súplicas. 3 Se tu, Senhor, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá? 4 Mas contigo está o perdão, para que sejas temido. 5 Aguardo ao Senhor; a minha alma o aguarda, e espero na sua palavra. 6 A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pelo romper da manhã, sim, mais do que os guardas pela manhã. 7 Espera, ó Israel, no Senhor! pois com o Senhor há benignidade, e com ele há copiosa redenção; 8 e ele remirá a Israel de todas as suas iniquidades. 131 1 Senhor, o meu coração não é soberbo, nem os meus olhos são altivos; não me ocupo de assuntos grandes e maravilhosos demais para mim. 2 Pelo contrário, tenho feito acalmar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada sobre o seio de sua mãe, qual criança desmamada está a minha alma para comigo. 3 Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre. 132 1 Lembra-te, Senhor, a bem de David, de todas as suas aflições; 2 como jurou ao Senhor, e fez voto ao Poderoso de Jacob, dizendo: 3 Não entrarei na casa em que habito, nem subirei ao leito em que durmo; 4 não darei sono aos meus olhos, nem adormecimento às minhas pálpebras, 5 até que eu ache um lugar para o Senhor uma morada para o Poderoso de Jacob. 6 Eis que ouvimos falar dela em Efrata, e a achamos no campo de Jaar. 7 Entremos nos seus tabernáculos; prostremo-nos ante o escabelo de seus pés. 8 Levanta-te, Senhor, entra no lugar do teu repouso, tu e a arca da tua força. 9 Vistam-se os teus sacerdotes de justiça, e exultem de júbilo os teus santos. 10 Por amor de David, teu servo, não rejeites a face do teu ungido. 11 O Senhor jurou a David com verdade, e não se desviará dela: Do fruto das tuas entranhas porei sobre o teu trono. 12 Se os teus filhos guardarem o meu pacto, e os meus testemunhos, que eu lhes hei de ensinar, também os seus filhos se assentarão perpetuamente no teu trono. 13 Porque o Senhor escolheu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: 14 Este é o lugar do meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o tenho desejado. 15 Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados. 16 Vestirei de salvação os seus sacerdotes; e de júbilo os seus santos exultarão 17 Ali farei brotar a força de David; preparei uma lâmpada para o meu ungido. 18 Vestirei de confusão os seus inimigos; mas sobre ele resplandecerá a sua coroa. 133 1 Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! 2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes; 3 como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre. 134 1 Eis aqui, bendizei ao Senhor, todos vós, servos do Senhor, que de noite assistis na casa do Senhor. 2 Erguei as mãos para o santuário, e bendizei ao Senhor. 3 Desde Sião te abençoe o Senhor, que fez os céus e a terra. 135 1 Louvai ao Senhor. Louvai o nome do Senhor; louvai-o, servos do Senhor, 2 vós que assistis na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus. 3 Louvai ao Senhor, porque o Senhor é bom; cantai louvores ao seu nome, porque ele é bondoso. 4 Porque o Senhor escolheu para si a Jacob, e a Israel para seu tesouro peculiar. 5 Porque eu conheço que o Senhor é grande e que o nosso Senhor está acima de todos os deuses. 6 Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos. 7 Faz subir os vapores das extremidades da terra; faz os relâmpagos para a chuva; tira os ventos dos seus tesouros. 8 Foi ele que feriu os primogénitos do Egipto, desde os homens até os animais; 9 que operou sinais e prodígios no meio de ti, ó Egipto, contra Faraó e contra os seus servos; 10 que feriu muitas nações, e matou reis poderosos: 11 a Síon, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basan, e a todos os reinos de Canaã; 12 e deu a terra deles em herança, em herança a Israel, seu povo. 13 O teu nome, ó Senhor, subsiste para sempre; e a tua memória, ó Senhor, por todas as gerações. 14 Pois o Senhor julgará o seu povo, e se compadecerá dos seus servos. 15 Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens; 16 têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; 17 têm ouvidos, mas não ouvem; nem há sopro algum na sua boca. 18 Semelhantemente a eles se tornarão os que os fazem, e todos os que neles confiam. 19 Ó casa de Israel, bendizei ao Senhor; ó casa de Arão, bendizei ao Senhor; 20 ó casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós, os que temeis ao Senhor, bendizei ao Senhor. 21 Desde Sião seja bendito o Senhor, que habita em Jerusalém. Louvai ao Senhor. 136 1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. 2 Dai graças ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade dura para sempre 3 Dai graças ao Senhor dos senhores, porque a sua benignidade dura para sempre; 4 ao único que faz grandes maravilhas, porque a sua benignidade dura para sempre; 5 àquele que com entendimento fez os céus, porque a sua benignidade dura para sempre; 6 àquele que estendeu a terra sobre as águas, porque a sua benignidade dura para sempre; 7 àquele que fez os grandes luminares, porque a sua benignidade dura para sempre; 8 o sol para governar de dia, porque a sua benignidade dura para sempre; 9 a lua e as estrelas para presidirem a noite, porque a sua benignidade dura para sempre; 10 àquele que feriu o Egipto nos seus primogénitos, porque a sua benignidade dura para sempre; 11 e que tirou a Israel do meio deles, porque a sua benignidade dura para sempre; 12 com mão forte, e com braço estendido, porque a sua benignidade dura para sempre; 13 àquele que dividiu o Mar Vermelho em duas partes, porque a sua benignidade dura para sempre; 14 e fez passar Israel pelo meio dele, porque a sua benignidade dura para sempre; 15 mas derrubou a Faraó com o seu exército no Mar Vermelho, porque a sua benignidade dura para sempre; 16 àquele que guiou o seu povo pelo deserto, porque a sua benignidade dura para sempre; 17 àquele que feriu os grandes reis, porque a sua benignidade dura para sempre; 18 e deu a morte a reis famosos, porque a sua benignidade dura para sempre. 19 a Síon, rei dos amorreus, porque a sua benignidade dura para sempre; 20 e a Ogue, rei de Basan, porque a sua benignidade dura para sempre; 21 e deu a terra deles em herança, porque a sua benignidade dura para sempre; 22 sim, em herança a Israel, seu servo, porque a sua benignidade dura para sempre; 23 que se lembrou de nós em nossa humilhação, porque a sua benignidade dura para sempre; 24 e nos libertou dos nossos inimigos, porque a sua benignidade dura para sempre; 25 que dá alimento a toda a carne, porque a sua benignidade dura para sempre. 26 Dai graças ao Deus dos céus, porque a sua benignidade dura para sempre. 137 1 Junto aos rios de Babilónia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião. 2 Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas, 3 pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. 4 Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira? 5 Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza. 6 Apegue-se-me a língua ao céu da boca, se não me lembrar de ti, se eu não preferir Jerusalém à minha maior alegria. 7 Lembra-te, Senhor, contra os edomitas, do dia de Jerusalém, porque eles diziam: Arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces. 8 Ah! filha de Babilónia, devastadora; feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós; 9 feliz aquele que pegar em teus pequeninos e der com eles nas pedra. 138 1 Graças te dou de todo o meu coração; diante dos deuses a ti canto louvores. 2 Inclino-me para o teu santo templo, e louvo o teu nome pela tua benignidade, e pela tua fidelidade; pois engrandeceste acima de tudo o teu nome e a tua palavra. 3 No dia em que eu clamei, atendeste-me; alentaste-me, fortalecendo a minha alma. 4 Todos os reis da terra de louvarão, ó Senhor, quando ouvirem as palavras da tua boca; 5 e cantarão os caminhos do Senhor, pois grande é a glória do Senhor. 6 Ainda que o Senhor é excelso, contudo atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe. 7 Embora eu ande no meio da angústia, tu me revivificas; contra a ira dos meus inimigos estendes a tua mão, e a tua destra me salva. 8 O Senhor aperfeiçoará o que me diz respeito. A tua benignidade, ó Senhor, dura para sempre; não abandones as obras das tuas mãos. 139 1 Senhor, tu me sondas, e me conheces. 2 Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. 3 Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos. 4 Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces. 5 Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão. 6 Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir. 7 Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença? 8 Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também. 9 Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, 10 ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. 11 Se eu disser: Ocultem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me circunda; 12 nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa. 13 Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha mãe. 14 Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. 15 Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e esmeradamente tecido nas profundezas da terra. 16 Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles. 17 E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles! 18 Se eu os contasse, seriam mais numerosos do que a areia; quando acordo ainda estou contigo. 19 Oxalá que matasses o perverso, ó Deus, e que os homens sanguinários se apartassem de mim, 20 homens que se rebelam contra ti, e contra ti se levantam para o mal. 21 Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam? e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? 22 Odeio-os com ódio completo; tenho-os por inimigos. 23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; 24 vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno. 140 1 Livra-me, ó Senhor, dos homens maus; guarda-me dos homens violentos, 2 os quais maquinam maldades no coração; estão sempre projectando guerras. 3 Aguçaram as línguas como a serpente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios. 4 Guarda-me, ó Senhor, das mãos dos ímpios; preserva-me dos homens violentos, os quais planejaram transtornar os meus passos. 5 Os soberbos armaram-me laços e cordas; estenderam uma rede à beira do caminho; puseram-me armadilhas. 6 Eu disse, ao Senhor: Tu és o meu Deus; dá ouvidos, ó Senhor, à voz das minhas súplicas. 7 Ó Senhor, meu Senhor, meu forte libertador, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha. 8 Não concedas, ó Senhor, aos ímpios os seus desejos; não deixes ir por diante o seu mau propósito. 9 Não levantem a cabeça os que me cercam; cubra-os a maldade dos seus lábios. 10 Caiam sobre eles brasas vivas; sejam lançados em covas profundas, para que não se tornem a levantar! 11 Não se estabeleça na terra o caluniador; o mal persiga o homem violento com golpe sobre golpe. 12 Sei que o Senhor manterá a causa do aflito, e o direito do necessitado. 13 Decerto os justos louvarão o teu nome; os rectos habitarão na tua presença. 141 1 Ó Senhor, a ti clamo; dá-te pressa em me acudir! Dá ouvidos à minha voz, quando a ti clamo! 2 Suba a minha oração, como incenso, diante de ti, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde! 3 Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios! 4 Não inclines o meu coração para o mal, nem para se ocupar de coisas más, com aqueles que praticam a iniquidade; e não coma eu das suas gulodices! 5 Fira-me o justo, será isso uma benignidade; e repreenda-me, isso será como óleo sobre a minha cabeça; não o recuse a minha cabeça; mas continuarei a orar contra os feitos dos ímpios. 6 Quando os seus juízes forem arremessados duma penha abaixo, saberão que as palavras do Senhor são verdadeiras. 7 Como quando alguém lavra e sulca a terra, são os nossos ossos espalhados à boca do Seol. 8 Mas os meus olhos te contemplam, ó Senhor, meu Senhor; em ti tenho buscado refúgio; não me deixes sem defesa! 9 Guarda-me do laço que me armaram, e das armadilhas dos que praticam a iniquidade. 10 Caiam os ímpios nas suas próprias redes, até que eu tenha escapado inteiramente. 142 1 Com a minha voz clamo ao Senhor; com a minha voz ao Senhor suplico. 2 Derramo perante ele a minha queixa; diante dele exponho a minha tribulação. 3 Quando dentro de mim esmorece o meu espírito, então tu conheces a minha vereda; no caminho em que eu ando ocultaram-me um laço. 4 Olha para a minha mão direita, e vê, pois não há quem me conheça; refúgio me faltou; ninguém se interessa por mim. 5 A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes. 6 Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu. 7 Tira-me da prisão, para que eu louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me farás muito bem. 143 1 Ó Senhor, ouve a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas! Atende-me na tua fidelidade, e na tua retidão; 2 e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente. 3 Pois o inimigo me perseguiu; abateu-me até o chão; fez-me habitar em lugares escuros, como aqueles que morreram há muito. 4 Pelo que dentro de mim esmorece o meu espírito, e em mim está desolado o meu coração. 5 Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos. 6 A ti estendo as minhas mãos; a minha alma, qual terra sedenta, tem sede de ti. 7 Atende-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desfalece; não escondas de mim o teu rosto, para que não me torne semelhante aos que descem à cova. 8 Faz-me ouvir da tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faz-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti elevo a minha alma. 9 Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; porque em ti é que eu me refugio. 10 Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano. 11 Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira-me da tribulação. 12 E por tua benignidade extermina os meus inimigos, e destrói todos os meus adversários, pois eu sou servo. 144 1 Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra; 2 meu refúgio e minha fortaleza, meu alto retiro e meu e meu libertador, escudo meu, em quem me refugio; ele é quem me sujeita o meu povo. 3 Ó Senhor, que é o homem, para que tomes conhecimento dele, e o filho do homem, para que o consideres? 4 O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como a sombra que passa. 5 Abaixa, ó Senhor, o teu céu, e desce! Toca os montes, para que fumeguem! 6 Arremessa os teus raios, e dissipa-os; envia as tuas flechas, e desbarata-os! 7 Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das poderosas águas e da mão do estrangeiro, 8 cuja boca fala vaidade, e cuja mão direita é a destra da falsidade. 9 A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te cantarei louvores, 10 sim, a ti que dás a vitória aos reis, e que livras da espada maligna a teu servo David. 11 Livra-me, e tira-me da mão do estrangeiro, cuja boca fala mentiras, e cuja mão direita é a destra da falsidade. 12 Sejam os nossos filhos, na sua mocidade, como plantas bem desenvolvidas, e as nossas filhas como pedras angulares lavradas, como as de um palácio. 13 Estejam repletos os nossos celeiros, fornecendo toda sorte de provisões; as nossas ovelhas produzam a milhares e a dezenas de milhares em nossos campos; 14 os nossos bois levem ricas cargas; e não haja assaltos, nem sortidas, nem clamores em nossas ruas! 15 Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor. 145 1 Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu; e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos. 2 Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos. 3 Grande é o Senhor, e mui digno de ser louvado; e a sua grandeza é insondável. 4 Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciará os teus actos poderosos. 5 Na magnificência gloriosa da tua majestade e nas tuas obras maravilhosas meditarei; 6 falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos, e eu contarei a tua grandeza. 7 Publicarão a memória da tua grande bondade, e com júbilo celebrarão a tua justiça. 8 Bondoso e compassivo é o Senhor, tardio em irar-se, e de grande benignidade. 9 O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias estão sobre todas as suas obras. 10 Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão. 11 Falarão da glória do teu reino, e relatarão o teu poder, 12 para que façam saber aos filhos dos homens os teus feitos poderosos e a glória do esplendor do teu reino. 13 O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura por todas as gerações. 14 O Senhor sustém a todos os que estão a cair, e levanta a todos os que estão abatidos. 15 Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo; 16 abres a mão, e satisfazes o desejo de todos os viventes. 17 Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e benigno em todas as suas obras. 18 Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. 19 Ele cumpre o desejo dos que o temem; ouve o seu clamor, e os salva. 20 O Senhor preserva todos os que o amam, mas a todos os ímpios ele os destrói. 21 Publique a minha boca o louvor do Senhor; e bendiga toda a carne o seu santo nome para todo o sempre. 146 1 Louvai ao Senhor. Ó minha alma, louva ao Senhor. 2 Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver. 3 Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio. 4 Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos. 5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacob por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus 6 que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há, e que guarda a verdade para sempre; 7 que faz justiça aos oprimidos, que dá pão aos famintos. O Senhor solta os encarcerados; 8 o Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos. 9 O Senhor preserva os peregrinos; ampara o órfão e a viúva; mas transtorna o caminho dos ímpios. 10 O Senhor reinará eternamente: o teu Deus, ó Sião, reinará por todas as gerações. Louvai ao Senhor! 147 1 Louvai ao Senhor; porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; pois isso é agradável, e decoroso é o louvor. 2 O Senhor edifica Jerusalém, congrega os dispersos de Israel; 3 sara os quebrantados de coração, e cura-lhes as feridas; 4 conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos seus nomes. 5 Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; não há limite ao seu entendimento. 6 O Senhor eleva os humildes, e humilha os perversos até a terra. 7 Cantai ao Senhor em acção de graças; com a harpa cantai louvores ao nosso Deus. 8 Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra, e que faz produzir erva sobre os montes; 9 que dá aos animais o seu alimento, e aos filhos dos corvos quando clamam. 10 Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem. 11 O Senhor se compraz nos que o temem, nos que esperam na sua benignidade. 12 Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus. 13 Porque ele fortalece as trancas das tuas portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti. 14 Ele é quem estabelece a paz nas tuas fronteiras; quem do mais fino trigo te farta; 15 quem envia o seu mandamento pela terra; a sua palavra corre mui velozmente. 16 Ele dá a neve como lã, esparge a geada como cinza, 17 e lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio? 18 Manda a sua palavra, e os derrete; faz soprar o vento, e correm as águas; 19 ele revela a sua palavra a Jacob, os seus estatutos e as suas ordenanças a Israel. 20 Não fez assim a nenhuma das outras nações; e, quanto às suas ordenanças, elas não as conhecem. Louvai ao Senhor! 148 1 Louvai ao Senhor! Louvai ao Senhor desde o céu, louvai-o nas alturas! 2 Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas hostes! 3 Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes! 4 Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus! 5 Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e logo foram criados. 6 Também ele os estabeleceu para todo sempre; e lhes fixou um limite que nenhum deles ultrapassará. 7 Louvai ao Senhor desde a terra, vós, monstros marinhos e todos os abismos; 8 fogo e saraiva, neve e vapor; vento tempestuoso que escuta a sua palavra; 9 montes e todos os outeiros; árvores frutíferas e todos os cedros; 10 feras e todo o gado; répteis e aves voadoras; 11 reis da terra e todos os povos; príncipes e todos os juízes da terra; 12 mancebos e donzelas; velhos e crianças! 13 Louvem eles o nome do Senhor, pois só o seu nome é excelso; a sua glória é acima da terra e do céu. 14 Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao Senhor! 149 1 Louvai ao Senhor! Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor na assembleia dos santos! 2 Alegre-se Israel naquele que o fez; regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei. 3 Louvem-lhe o nome com danças, cantem-lhe louvores com adufe e harpa. 4 Porque o Senhor se agrada do seu povo; ele adorna os mansos com a salvação. 5 Exultem de glória os santos, cantem de alegria nos seus leitos. 6 Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e na sua mão espada de dois gumes, 7 para exercerem vingança sobre as nações, e castigos sobre os povos; 8 para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro; 9 para executarem neles o juízo escrito; esta honra será para todos os santos. Louvai ao Senhor! 150 1 Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder! 2 Louvai-o pelos seus actos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza! 3 Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa! 4 Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta! 5 Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes! 6 Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!