Psalms 119:1-150:6

Portuguese(i) 1 Bem-aventurados os que trilham com integridade o seu caminho, os que andam na lei do Senhor! 2 Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, que o buscam de todo o coração, 3 que não praticam iniquidade, mas andam nos caminhos dele! 4 Tu ordenaste os teus preceitos, para que fossem diligentemente observados. 5 Oxalá sejam os meus caminhos dirigidos de maneira que eu observe os teus estatutos! 6 Então não ficarei confundido, atentando para todos os teus mandamentos. 7 Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido as tuas rectas ordenanças. 8 Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente! 9 Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra. 10 De todo o meu coração tenho te buscado; não me deixes desviar dos teus mandamentos. 11 Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti. 12 Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos. 13 Com os meus lábios declaro todas as ordenanças da tua boca. 14 Regozijo-me no caminho dos teus testemunhos, tanto como em todas as riquezas. 15 Em teus preceitos medito, e observo os teus caminhos. 16 Deleitar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra. 17 Faz bem ao teu servo, para que eu viva; assim observarei a tua palavra. 18 Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei. 19 Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. 20 A minha alma se consome de anelos por tuas ordenanças em todo o tempo. 21 Tu repreendeste os soberbos, os malditos, que se desviam dos teus mandamentos. 22 Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois tenho guardado os teus testemunhos. 23 Príncipes sentaram-se e falavam contra mim, mas o teu servo meditava nos teus estatutos. 24 Os teus testemunhos são o meu prazer e os meus conselheiros. 25 A minha alma apega-se ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra. 26 Meus caminhos te descrevi, e tu me ouviste; ensina-me os teus estatutos. 27 Faz-me entender o caminho dos teus preceitos; assim meditarei nas tuas maravilhas. 28 A minha alma se consome de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra. 29 Desvia de mim o caminho da falsidade, e ensina-me benignidade a tua lei. 30 Escolhi o caminho da fidelidade; diante de mim pus as tuas ordenanças. 31 Apego-me aos teus testemunhos, ó Senhor; não seja eu envergonhado. 32 Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu coração. 33 Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e eu o guardarei até o fim. 34 Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei, e a observe de todo o meu coração. 35 Faz-me andar na vereda dos teus mandamentos, porque nela me comprazo. 36 Inclina o meu coração para os teus testemunhos, e não para a cobiça. 37 Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho. 38 Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao teu temor. 39 Desvia de mim o opróbrio que temo, pois as tuas ordenanças são boas. 40 Eis que tenho anelado os teus preceitos; vivifica-me por tua justiça. 41 Venha também sobre mim a tua benignidade, ó Senhor, e a tua salvação, segundo a tua palavra. 42 Assim terei o que responder ao que me afronta, pois confio na tua palavra. 43 De minha boca não tires totalmente a palavra da verdade, pois tenho esperado nos teus juízos. 44 Assim observarei de contínuo a tua lei, para sempre e eternamente; 45 e andarei em liberdade, pois tenho buscado os teus preceitos. 46 Falarei dos teus testemunhos perante os reis, e não me envergonharei. 47 Deleitar-me-ei em teus mandamentos, que eu amo. 48 Também levantarei as minhas mãos para os teus mandamentos, que amo, e meditarei nos teus estatutos. 49 Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar. 50 Isto é a minha consolação na minha angústia, que a tua promessa me vivifica. 51 Os soberbos zombaram grandemente de mim; contudo não me desviei da tua lei. 52 Lembro-me dos teus juízos antigos, ó Senhor, e assim me consolo. 53 Grande indignação apoderou-se de mim, por causa dos ímpios que abandonam a tua lei. 54 Os teus estatutos têm sido os meus cânticos na casa da minha peregrinação. 55 De noite me lembrei do teu nome, ó Senhor, e observei a tua lei. 56 Isto me sucedeu, porque tenho guardado os teus preceitos. 57 O Senhor é o meu quinhão; prometo observar as tuas palavras. 58 De todo o meu coração imploro o teu favor; tem piedade de mim, segundo a tua palavra. 59 Quando considero os meus caminhos, volto os meus pés para os teus testemunhos. 60 Apresso-me sem detença a observar os teus mandamentos. 61 Enleiam-me os laços dos ímpios; mas eu não me esqueço da tua lei. 62 À meia-noite me levanto para dar-te graças, por causa dos teus rectos juízos. 63 Companheiro sou de todos os que te temem, e dos que guardam os teus preceitos. 64 A terra, ó Senhor, está cheia da tua benignidade; ensina-me os teus estatutos. 65 Tens usado de bondade para com o teu servo, Senhor, segundo a tua palavra. 66 Ensina-me bom juízo e ciência, pois creio nos teus mandamentos. 67 Antes de ser afligido, eu me extraviava; mas agora guardo a tua palavra. 68 Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus estatutos. 69 Os soberbos forjam mentiras contra mim; mas eu de todo o coração guardo os teus preceitos. 70 Torna-se-lhes insensível o coração como a gordura; mas eu me deleito na tua lei. 71 Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos. 72 Melhor é para mim a lei da tua boca do que milhares de ouro e prata. 73 As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que aprenda os teus mandamentos. 74 Os que te temem me verão e se alegrarão, porque tenho esperado na tua palavra. 75 Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos são rectos, e que em tua fidelidade me afligiste. 76 Sirva, pois, a tua benignidade para me consolar, segundo a palavra que deste ao teu servo. 77 Venham sobre mim as tuas ternas misericórdias, para que eu viva, pois a tua lei é o meu deleite. 78 Envergonhados sejam os soberbos, por me haverem subvertido sem causa; mas eu meditarei nos teus preceitos. 79 Voltem-se para mim os que te temem, para que conheçam os teus testemunhos. 80 Seja perfeito o meu coração nos teus estatutos, para que eu não seja envergonhado. 81 Desfalece a minha alma, aguardando a tua salvação; espero na tua palavra. 82 Os meus olhos desfalecem, esperando por tua promessa, enquanto eu pergunto: Quando me consolarás tu? 83 Pois tornei-me como odre na fumaça, mas não me esqueci dos teus estatutos. 84 Quantos serão os dias do teu servo? Até quando não julgarás aqueles que me perseguem? 85 Abriram covas para mim os soberbos, que não andam segundo a tua lei. 86 Todos os teus mandamentos são fiéis. Sou perseguido injustamente; ajuda-me! 87 Quase que me consumiram sobre a terra, mas eu não deixei os teus preceitos. 88 Vivifica-me segundo a tua benignidade, para que eu guarde os testemunhos da tua boca. 89 Para sempre, ó Senhor, a tua palavra está firmada nos céus. 90 A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece. 91 Conforme a tua ordenança, tudo se mantém até hoje, porque todas as coisas te obedecem. 92 Se a tua lei não fora o meu deleite, então eu teria perecido na minha angústia. 93 Nunca me esquecerei dos teus preceitos, pois por eles me tens vivificado. 94 Sou teu, salva-me; pois tenho buscado os teus preceitos. 95 Os ímpios me espreitam para me destruírem, mas eu atento para os teus testemunhos. 96 A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é ilimitado. 97 Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo. 98 O teu mandamento me faz mais sábio do que meus inimigos, pois está sempre comigo. 99 Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação. 100 Sou mais entendido do que os velhos, porque tenho guardado os teus preceitos. 101 Retenho os meus pés de todo caminho mau, a fim de observar a tua palavra. 102 Não me aperto das tuas ordenanças, porque és tu quem me instrui. 103 Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais doces do que o mel à minha boca. 104 Pelos teus preceitos alcanço entendimento, pelo que aborreço toda vereda de falsidade. 105 Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho. 106 Fiz juramento, e o confirmei, de guardar as tuas justas ordenanças. 107 Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra. 108 Aceita, Senhor, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, e ensina-me as tuas ordenanças. 109 Estou continuamente em perigo de vida; todavia não me esqueço da tua lei. 110 Os ímpios me armaram laço, contudo não me desviei dos teus preceitos. 111 Os teus testemunhos são a minha herança para sempre, pois são eles o gozo do meu coração. 112 Inclino o meu coração a cumprir os teus estatutos, para sempre, até o fim. 113 Aborreço a duplicidade, mas amo a tua lei. 114 Tu és o meu refúgio e o meu escudo; espero na tua palavra. 115 Apartai-vos de mim, malfeitores, para que eu guarde os mandamentos do meu Deus. 116 Ampara-me conforme a tua palavra, para que eu viva; e não permitas que eu seja envergonhado na minha esperança. 117 Sustenta-me, e serei salvo, e de contínuo terei respeito aos teus estatutos. 118 Desprezas todos os que se desviam dos teus estatutos, pois a astúcia deles é falsidade. 119 Deitas fora, como escória, todos os ímpios da terra; pelo que amo os teus testemunhos. 120 Arrepia-se-me a carne com temor de ti, e tenho medo dos teus juízos. 121 Tenho praticado a retidão e a justiça; não me abandones aos meus opressores. 122 Fica por fiador do teu servo para o bem; não me oprimem os soberbos. 123 Os meus olhos desfalecem à espera da tua salvação e da promessa da tua justiça. 124 Trata com o teu servo segundo a tua benignidade, e ensina-me os teus estatutos. 125 Sou teu servo; dá-me entendimento, para que eu conheça os teus testemunhos. 126 É tempo de agires, ó Senhor, pois eles violaram a tua lei. 127 Pelo que amo os teus mandamentos mais do que o ouro, sim, mais do que o ouro fino. 128 Por isso dirijo os meus passos por todos os teus preceitos, e aborreço toda vereda de falsidade. 129 Maravilhosos são os teus testemunhos, por isso a minha alma os guarda. 130 A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples. 131 Abro a minha boca e arquejo, pois estou anelante pelos teus mandamentos. 132 Volta-te para mim, e compadece-te de mim, conforme usas para com os que amam o teu nome. 133 Firma os meus passos na tua palavra; e não se apodere de mim iniquidade alguma. 134 Resgata-me da opressão do homem; assim guardarei os teus preceitos. 135 Faz resplandecer o teu rosto sobre o teu servo, e ensina-me os teus estatutos. 136 Os meus olhos derramam rios de lágrimas, porque os homens não guardam a tua lei. 137 Justo és, ó Senhor, e rectos são os teus juízos. 138 Ordenaste os teus testemunhos com retidão, e com toda a fidelidade. 139 O meu zelo me consome, porque os meus inimigos se esquecem da tua palavra. 140 A tua palavra é fiel a toda prova, por isso o teu servo a ama. 141 Pequeno sou e desprezado, mas não me esqueço dos teus preceitos. 142 A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a verdade. 143 Tribulação e angústia se apoderaram de mim; mas os teus mandamentos são o meu prazer. 144 Justos são os teus testemunhos para sempre; dá-me entendimento, para que eu viva. 145 Clamo de todo o meu coração; atende-me, Senhor! Eu guardarei os teus estatutos. 146 A ti clamo; salva-me, para que guarde os teus testemunhos. 147 Antecipo-me à alva da manhã e clamo; aguardo com esperança as tuas palavras. 148 Os meus olhos se antecipam às vigílias da noite, para que eu medite na tua palavra. 149 Ouve a minha voz, segundo a tua benignidade; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua justiça. 150 Aproximam-se os que me perseguem maliciosamente; andam afastados da tua lei. 151 Tu estás perto, Senhor, e todos os teus mandamentos são verdade. 152 Há muito sei eu dos teus testemunhos que os fundaste para sempre. 153 Olha para a minha aflição, e livra-me, pois não me esqueço da tua lei. 154 Pleiteia a minha causa, e resgata-me; vivifica-me segundo a tua palavra. 155 A salvação está longe dos ímpios, pois não buscam os teus estatutos. 156 Muitas são, Senhor, as tuas misericórdias; vivifica-me segundo os teus juízos. 157 Muitos são os meus perseguidores e os meus adversários, mas não me desvio dos teus testemunhos. 158 Vi os pérfidos, e me afligi, porque não guardam a tua palavra. 159 Considera como amo os teus preceitos; vivifica-me, Senhor, segundo a tua benignidade. 160 A soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para sempre. 161 Príncipes me perseguem sem causa, mas o meu coração teme as tuas palavras. 162 Regozijo-me com a tua palavra, como quem acha grande despojo. 163 Odeio e abomino a falsidade; amo, porém, a tua lei. 164 Sete vezes no dia te louvo pelas tuas justas ordenanças. 165 Muita paz têm os que amam a tua lei, e não há nada que os faça tropeçar. 166 Espero, Senhor, na tua salvação, e cumpro os teus mandamentos. 167 A minha alma observa os teus testemunhos; amo-os extremamente. 168 Observo os teus preceitos e os teus testemunhos, pois todos os meus caminhos estão diante de ti. 169 Chegue a ti o meu clamor, ó Senhor; dá-me entendimento conforme a tua palavra. 170 Chegue à tua presença a minha súplica; livra-me segundo a tua palavra. 171 Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas os teus estatutos. 172 Celebre a minha língua a tua palavra, pois todos os teus mandamentos são justos. 173 Esteja pronta a tua mão para me socorrer, pois escolhi os teus preceitos. 174 Anelo por tua salvação, ó Senhor; a tua lei é o meu prazer. 175 Que minha alma viva, para que te louve; ajudem-me as tuas ordenanças. 176 Desgarrei-me como ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueço dos teus mandamentos. 120 1 Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me ouviu. 2 Senhor, livra-me dos lábios mentirosos e da língua enganadora. 3 Que te será dado, ou que te será acrescentado, língua enganadora? 4 Flechas agudas do valente, com brasas vivas de zimbro! 5 Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito entre as tendas de Quedar! 6 Há muito que eu habito com aqueles que odeiam a paz. 7 Eu sou pela paz; mas quando falo, eles são pela guerra. 121 1 Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro? 2 O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra. 3 Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará. 4 Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel. 5 O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão direita. 6 De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite. 7 O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida. 8 O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre. 122 1 Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor. 2 Os nossos pés estão parados dentro das tuas portas, ó Jerusalém! 3 Jerusalém, que és edificada como uma cidade compacta, 4 aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho para Israel, a fim de darem graças ao nome do Senhor. 5 Pois ali estão postos os tronos de julgamento, os tronos da casa de David. 6 Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam. 7 Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios. 8 Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz dentro de ti. 9 Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem. 123 1 A ti levanto os meus olhos, ó tu que estás entronizado nos céus. 2 Eis que assim como os olhos dos servos atentam para a mão do seu senhor, e os olhos da serva para a mão de sua senhora, assim os nossos olhos atentam para o Senhor nosso Deus, até que ele se compadeça de nós. 3 Compadece-te de nós, ó Senhor, compadece-te de nós, pois estamos sobremodo fartos de desprezo. 4 A nossa alma está sobremodo farta da zombaria dos arrogantes, e do desprezo dos soberbos. 124 1 Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel: 2 Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, 3 eles nos teriam tragado vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós; 4 as águas nos teriam submergido, e a torrente teria passado sobre nós; 5 sim, as águas impetuosas teriam passado sobre nós. 6 Bendito seja o Senhor, que não nos entregou, como presa, aos dentes deles. 7 Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos. 8 O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra. 125 1 Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre. 2 Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim o Senhor está ao redor do seu povo, desde agora e para sempre. 3 Porque o cetro da impiedade não repousará sobre a sorte dos justos, para que os justos não estendam as suas mãos para cometer a iniquidade. 4 Faz o bem, ó Senhor, aos bons e aos que são rectos de coração. 5 Mas aos que se desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á o Senhor juntamente com os que praticam a maldade. Que haja paz sobre Israel. 126 1 Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, éramos como os que estão sonhando. 2 Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cânticos. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor por eles. 3 Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres. 4 Faz regressar os nossos cativos, Senhor, como as correntes no sul. 5 Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão. 6 Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos. 127 1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. 2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem. 3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. 4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade. 5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta. 128 1 Bem-aventurado todo aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos. 2 Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. 3 A tua mulher será como a videira frutífera, no interior da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira, ao redor da tua mesa. 4 Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor. 5 De Sião o Senhor te abençoará; verás a prosperidade de Jerusalém por todos os dias da tua vida, 6 e verás os filhos de teus filhos. A paz seja sobre Israel. 129 1 Gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, diga agora Israel; 2 gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, todavia não prevaleceram contra mim. 3 Os lavradores araram sobre as minhas costas; compridos fizeram os seus sulcos. 4 O Senhor é justo; ele corta as cordas dos ímpios. 5 Sejam envergonhados e repelidos para trás todos os que odeiam a Sião. 6 Sejam como a erva dos telhados, que seca antes de florescer; 7 com a qual o segador não enche a mão, nem o regaço o que ata os feixes; 8 nem dizem os que passam: A bênção do Senhor seja sobre vós; nós vos abençoamos em nome do Senhor. 130 1 Das profundezas clamo a ti, ó Senhor. 2 Senhor, escuta a minha voz; estejam os teus ouvidos atentos à voz das minhas súplicas. 3 Se tu, Senhor, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá? 4 Mas contigo está o perdão, para que sejas temido. 5 Aguardo ao Senhor; a minha alma o aguarda, e espero na sua palavra. 6 A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pelo romper da manhã, sim, mais do que os guardas pela manhã. 7 Espera, ó Israel, no Senhor! pois com o Senhor há benignidade, e com ele há copiosa redenção; 8 e ele remirá a Israel de todas as suas iniquidades. 131 1 Senhor, o meu coração não é soberbo, nem os meus olhos são altivos; não me ocupo de assuntos grandes e maravilhosos demais para mim. 2 Pelo contrário, tenho feito acalmar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada sobre o seio de sua mãe, qual criança desmamada está a minha alma para comigo. 3 Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre. 132 1 Lembra-te, Senhor, a bem de David, de todas as suas aflições; 2 como jurou ao Senhor, e fez voto ao Poderoso de Jacob, dizendo: 3 Não entrarei na casa em que habito, nem subirei ao leito em que durmo; 4 não darei sono aos meus olhos, nem adormecimento às minhas pálpebras, 5 até que eu ache um lugar para o Senhor uma morada para o Poderoso de Jacob. 6 Eis que ouvimos falar dela em Efrata, e a achamos no campo de Jaar. 7 Entremos nos seus tabernáculos; prostremo-nos ante o escabelo de seus pés. 8 Levanta-te, Senhor, entra no lugar do teu repouso, tu e a arca da tua força. 9 Vistam-se os teus sacerdotes de justiça, e exultem de júbilo os teus santos. 10 Por amor de David, teu servo, não rejeites a face do teu ungido. 11 O Senhor jurou a David com verdade, e não se desviará dela: Do fruto das tuas entranhas porei sobre o teu trono. 12 Se os teus filhos guardarem o meu pacto, e os meus testemunhos, que eu lhes hei de ensinar, também os seus filhos se assentarão perpetuamente no teu trono. 13 Porque o Senhor escolheu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: 14 Este é o lugar do meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o tenho desejado. 15 Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados. 16 Vestirei de salvação os seus sacerdotes; e de júbilo os seus santos exultarão 17 Ali farei brotar a força de David; preparei uma lâmpada para o meu ungido. 18 Vestirei de confusão os seus inimigos; mas sobre ele resplandecerá a sua coroa. 133 1 Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! 2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes; 3 como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre. 134 1 Eis aqui, bendizei ao Senhor, todos vós, servos do Senhor, que de noite assistis na casa do Senhor. 2 Erguei as mãos para o santuário, e bendizei ao Senhor. 3 Desde Sião te abençoe o Senhor, que fez os céus e a terra. 135 1 Louvai ao Senhor. Louvai o nome do Senhor; louvai-o, servos do Senhor, 2 vós que assistis na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus. 3 Louvai ao Senhor, porque o Senhor é bom; cantai louvores ao seu nome, porque ele é bondoso. 4 Porque o Senhor escolheu para si a Jacob, e a Israel para seu tesouro peculiar. 5 Porque eu conheço que o Senhor é grande e que o nosso Senhor está acima de todos os deuses. 6 Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos. 7 Faz subir os vapores das extremidades da terra; faz os relâmpagos para a chuva; tira os ventos dos seus tesouros. 8 Foi ele que feriu os primogénitos do Egipto, desde os homens até os animais; 9 que operou sinais e prodígios no meio de ti, ó Egipto, contra Faraó e contra os seus servos; 10 que feriu muitas nações, e matou reis poderosos: 11 a Síon, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basan, e a todos os reinos de Canaã; 12 e deu a terra deles em herança, em herança a Israel, seu povo. 13 O teu nome, ó Senhor, subsiste para sempre; e a tua memória, ó Senhor, por todas as gerações. 14 Pois o Senhor julgará o seu povo, e se compadecerá dos seus servos. 15 Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens; 16 têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; 17 têm ouvidos, mas não ouvem; nem há sopro algum na sua boca. 18 Semelhantemente a eles se tornarão os que os fazem, e todos os que neles confiam. 19 Ó casa de Israel, bendizei ao Senhor; ó casa de Arão, bendizei ao Senhor; 20 ó casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós, os que temeis ao Senhor, bendizei ao Senhor. 21 Desde Sião seja bendito o Senhor, que habita em Jerusalém. Louvai ao Senhor. 136 1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. 2 Dai graças ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade dura para sempre 3 Dai graças ao Senhor dos senhores, porque a sua benignidade dura para sempre; 4 ao único que faz grandes maravilhas, porque a sua benignidade dura para sempre; 5 àquele que com entendimento fez os céus, porque a sua benignidade dura para sempre; 6 àquele que estendeu a terra sobre as águas, porque a sua benignidade dura para sempre; 7 àquele que fez os grandes luminares, porque a sua benignidade dura para sempre; 8 o sol para governar de dia, porque a sua benignidade dura para sempre; 9 a lua e as estrelas para presidirem a noite, porque a sua benignidade dura para sempre; 10 àquele que feriu o Egipto nos seus primogénitos, porque a sua benignidade dura para sempre; 11 e que tirou a Israel do meio deles, porque a sua benignidade dura para sempre; 12 com mão forte, e com braço estendido, porque a sua benignidade dura para sempre; 13 àquele que dividiu o Mar Vermelho em duas partes, porque a sua benignidade dura para sempre; 14 e fez passar Israel pelo meio dele, porque a sua benignidade dura para sempre; 15 mas derrubou a Faraó com o seu exército no Mar Vermelho, porque a sua benignidade dura para sempre; 16 àquele que guiou o seu povo pelo deserto, porque a sua benignidade dura para sempre; 17 àquele que feriu os grandes reis, porque a sua benignidade dura para sempre; 18 e deu a morte a reis famosos, porque a sua benignidade dura para sempre. 19 a Síon, rei dos amorreus, porque a sua benignidade dura para sempre; 20 e a Ogue, rei de Basan, porque a sua benignidade dura para sempre; 21 e deu a terra deles em herança, porque a sua benignidade dura para sempre; 22 sim, em herança a Israel, seu servo, porque a sua benignidade dura para sempre; 23 que se lembrou de nós em nossa humilhação, porque a sua benignidade dura para sempre; 24 e nos libertou dos nossos inimigos, porque a sua benignidade dura para sempre; 25 que dá alimento a toda a carne, porque a sua benignidade dura para sempre. 26 Dai graças ao Deus dos céus, porque a sua benignidade dura para sempre. 137 1 Junto aos rios de Babilónia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião. 2 Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas, 3 pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. 4 Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira? 5 Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza. 6 Apegue-se-me a língua ao céu da boca, se não me lembrar de ti, se eu não preferir Jerusalém à minha maior alegria. 7 Lembra-te, Senhor, contra os edomitas, do dia de Jerusalém, porque eles diziam: Arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces. 8 Ah! filha de Babilónia, devastadora; feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós; 9 feliz aquele que pegar em teus pequeninos e der com eles nas pedra. 138 1 Graças te dou de todo o meu coração; diante dos deuses a ti canto louvores. 2 Inclino-me para o teu santo templo, e louvo o teu nome pela tua benignidade, e pela tua fidelidade; pois engrandeceste acima de tudo o teu nome e a tua palavra. 3 No dia em que eu clamei, atendeste-me; alentaste-me, fortalecendo a minha alma. 4 Todos os reis da terra de louvarão, ó Senhor, quando ouvirem as palavras da tua boca; 5 e cantarão os caminhos do Senhor, pois grande é a glória do Senhor. 6 Ainda que o Senhor é excelso, contudo atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe. 7 Embora eu ande no meio da angústia, tu me revivificas; contra a ira dos meus inimigos estendes a tua mão, e a tua destra me salva. 8 O Senhor aperfeiçoará o que me diz respeito. A tua benignidade, ó Senhor, dura para sempre; não abandones as obras das tuas mãos. 139 1 Senhor, tu me sondas, e me conheces. 2 Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. 3 Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos. 4 Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces. 5 Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão. 6 Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir. 7 Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença? 8 Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também. 9 Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, 10 ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. 11 Se eu disser: Ocultem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me circunda; 12 nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa. 13 Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha mãe. 14 Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. 15 Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e esmeradamente tecido nas profundezas da terra. 16 Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles. 17 E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles! 18 Se eu os contasse, seriam mais numerosos do que a areia; quando acordo ainda estou contigo. 19 Oxalá que matasses o perverso, ó Deus, e que os homens sanguinários se apartassem de mim, 20 homens que se rebelam contra ti, e contra ti se levantam para o mal. 21 Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam? e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? 22 Odeio-os com ódio completo; tenho-os por inimigos. 23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; 24 vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno. 140 1 Livra-me, ó Senhor, dos homens maus; guarda-me dos homens violentos, 2 os quais maquinam maldades no coração; estão sempre projectando guerras. 3 Aguçaram as línguas como a serpente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios. 4 Guarda-me, ó Senhor, das mãos dos ímpios; preserva-me dos homens violentos, os quais planejaram transtornar os meus passos. 5 Os soberbos armaram-me laços e cordas; estenderam uma rede à beira do caminho; puseram-me armadilhas. 6 Eu disse, ao Senhor: Tu és o meu Deus; dá ouvidos, ó Senhor, à voz das minhas súplicas. 7 Ó Senhor, meu Senhor, meu forte libertador, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha. 8 Não concedas, ó Senhor, aos ímpios os seus desejos; não deixes ir por diante o seu mau propósito. 9 Não levantem a cabeça os que me cercam; cubra-os a maldade dos seus lábios. 10 Caiam sobre eles brasas vivas; sejam lançados em covas profundas, para que não se tornem a levantar! 11 Não se estabeleça na terra o caluniador; o mal persiga o homem violento com golpe sobre golpe. 12 Sei que o Senhor manterá a causa do aflito, e o direito do necessitado. 13 Decerto os justos louvarão o teu nome; os rectos habitarão na tua presença. 141 1 Ó Senhor, a ti clamo; dá-te pressa em me acudir! Dá ouvidos à minha voz, quando a ti clamo! 2 Suba a minha oração, como incenso, diante de ti, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde! 3 Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios! 4 Não inclines o meu coração para o mal, nem para se ocupar de coisas más, com aqueles que praticam a iniquidade; e não coma eu das suas gulodices! 5 Fira-me o justo, será isso uma benignidade; e repreenda-me, isso será como óleo sobre a minha cabeça; não o recuse a minha cabeça; mas continuarei a orar contra os feitos dos ímpios. 6 Quando os seus juízes forem arremessados duma penha abaixo, saberão que as palavras do Senhor são verdadeiras. 7 Como quando alguém lavra e sulca a terra, são os nossos ossos espalhados à boca do Seol. 8 Mas os meus olhos te contemplam, ó Senhor, meu Senhor; em ti tenho buscado refúgio; não me deixes sem defesa! 9 Guarda-me do laço que me armaram, e das armadilhas dos que praticam a iniquidade. 10 Caiam os ímpios nas suas próprias redes, até que eu tenha escapado inteiramente. 142 1 Com a minha voz clamo ao Senhor; com a minha voz ao Senhor suplico. 2 Derramo perante ele a minha queixa; diante dele exponho a minha tribulação. 3 Quando dentro de mim esmorece o meu espírito, então tu conheces a minha vereda; no caminho em que eu ando ocultaram-me um laço. 4 Olha para a minha mão direita, e vê, pois não há quem me conheça; refúgio me faltou; ninguém se interessa por mim. 5 A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes. 6 Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu. 7 Tira-me da prisão, para que eu louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me farás muito bem. 143 1 Ó Senhor, ouve a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas! Atende-me na tua fidelidade, e na tua retidão; 2 e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente. 3 Pois o inimigo me perseguiu; abateu-me até o chão; fez-me habitar em lugares escuros, como aqueles que morreram há muito. 4 Pelo que dentro de mim esmorece o meu espírito, e em mim está desolado o meu coração. 5 Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos. 6 A ti estendo as minhas mãos; a minha alma, qual terra sedenta, tem sede de ti. 7 Atende-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desfalece; não escondas de mim o teu rosto, para que não me torne semelhante aos que descem à cova. 8 Faz-me ouvir da tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faz-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti elevo a minha alma. 9 Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; porque em ti é que eu me refugio. 10 Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano. 11 Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira-me da tribulação. 12 E por tua benignidade extermina os meus inimigos, e destrói todos os meus adversários, pois eu sou servo. 144 1 Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra; 2 meu refúgio e minha fortaleza, meu alto retiro e meu e meu libertador, escudo meu, em quem me refugio; ele é quem me sujeita o meu povo. 3 Ó Senhor, que é o homem, para que tomes conhecimento dele, e o filho do homem, para que o consideres? 4 O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como a sombra que passa. 5 Abaixa, ó Senhor, o teu céu, e desce! Toca os montes, para que fumeguem! 6 Arremessa os teus raios, e dissipa-os; envia as tuas flechas, e desbarata-os! 7 Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das poderosas águas e da mão do estrangeiro, 8 cuja boca fala vaidade, e cuja mão direita é a destra da falsidade. 9 A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te cantarei louvores, 10 sim, a ti que dás a vitória aos reis, e que livras da espada maligna a teu servo David. 11 Livra-me, e tira-me da mão do estrangeiro, cuja boca fala mentiras, e cuja mão direita é a destra da falsidade. 12 Sejam os nossos filhos, na sua mocidade, como plantas bem desenvolvidas, e as nossas filhas como pedras angulares lavradas, como as de um palácio. 13 Estejam repletos os nossos celeiros, fornecendo toda sorte de provisões; as nossas ovelhas produzam a milhares e a dezenas de milhares em nossos campos; 14 os nossos bois levem ricas cargas; e não haja assaltos, nem sortidas, nem clamores em nossas ruas! 15 Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor. 145 1 Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu; e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos. 2 Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos. 3 Grande é o Senhor, e mui digno de ser louvado; e a sua grandeza é insondável. 4 Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciará os teus actos poderosos. 5 Na magnificência gloriosa da tua majestade e nas tuas obras maravilhosas meditarei; 6 falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos, e eu contarei a tua grandeza. 7 Publicarão a memória da tua grande bondade, e com júbilo celebrarão a tua justiça. 8 Bondoso e compassivo é o Senhor, tardio em irar-se, e de grande benignidade. 9 O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias estão sobre todas as suas obras. 10 Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão. 11 Falarão da glória do teu reino, e relatarão o teu poder, 12 para que façam saber aos filhos dos homens os teus feitos poderosos e a glória do esplendor do teu reino. 13 O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura por todas as gerações. 14 O Senhor sustém a todos os que estão a cair, e levanta a todos os que estão abatidos. 15 Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo; 16 abres a mão, e satisfazes o desejo de todos os viventes. 17 Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e benigno em todas as suas obras. 18 Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. 19 Ele cumpre o desejo dos que o temem; ouve o seu clamor, e os salva. 20 O Senhor preserva todos os que o amam, mas a todos os ímpios ele os destrói. 21 Publique a minha boca o louvor do Senhor; e bendiga toda a carne o seu santo nome para todo o sempre. 146 1 Louvai ao Senhor. Ó minha alma, louva ao Senhor. 2 Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver. 3 Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio. 4 Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos. 5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacob por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus 6 que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há, e que guarda a verdade para sempre; 7 que faz justiça aos oprimidos, que dá pão aos famintos. O Senhor solta os encarcerados; 8 o Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos. 9 O Senhor preserva os peregrinos; ampara o órfão e a viúva; mas transtorna o caminho dos ímpios. 10 O Senhor reinará eternamente: o teu Deus, ó Sião, reinará por todas as gerações. Louvai ao Senhor! 147 1 Louvai ao Senhor; porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; pois isso é agradável, e decoroso é o louvor. 2 O Senhor edifica Jerusalém, congrega os dispersos de Israel; 3 sara os quebrantados de coração, e cura-lhes as feridas; 4 conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos seus nomes. 5 Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; não há limite ao seu entendimento. 6 O Senhor eleva os humildes, e humilha os perversos até a terra. 7 Cantai ao Senhor em acção de graças; com a harpa cantai louvores ao nosso Deus. 8 Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra, e que faz produzir erva sobre os montes; 9 que dá aos animais o seu alimento, e aos filhos dos corvos quando clamam. 10 Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem. 11 O Senhor se compraz nos que o temem, nos que esperam na sua benignidade. 12 Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus. 13 Porque ele fortalece as trancas das tuas portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti. 14 Ele é quem estabelece a paz nas tuas fronteiras; quem do mais fino trigo te farta; 15 quem envia o seu mandamento pela terra; a sua palavra corre mui velozmente. 16 Ele dá a neve como lã, esparge a geada como cinza, 17 e lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio? 18 Manda a sua palavra, e os derrete; faz soprar o vento, e correm as águas; 19 ele revela a sua palavra a Jacob, os seus estatutos e as suas ordenanças a Israel. 20 Não fez assim a nenhuma das outras nações; e, quanto às suas ordenanças, elas não as conhecem. Louvai ao Senhor! 148 1 Louvai ao Senhor! Louvai ao Senhor desde o céu, louvai-o nas alturas! 2 Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas hostes! 3 Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes! 4 Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus! 5 Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e logo foram criados. 6 Também ele os estabeleceu para todo sempre; e lhes fixou um limite que nenhum deles ultrapassará. 7 Louvai ao Senhor desde a terra, vós, monstros marinhos e todos os abismos; 8 fogo e saraiva, neve e vapor; vento tempestuoso que escuta a sua palavra; 9 montes e todos os outeiros; árvores frutíferas e todos os cedros; 10 feras e todo o gado; répteis e aves voadoras; 11 reis da terra e todos os povos; príncipes e todos os juízes da terra; 12 mancebos e donzelas; velhos e crianças! 13 Louvem eles o nome do Senhor, pois só o seu nome é excelso; a sua glória é acima da terra e do céu. 14 Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao Senhor! 149 1 Louvai ao Senhor! Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor na assembleia dos santos! 2 Alegre-se Israel naquele que o fez; regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei. 3 Louvem-lhe o nome com danças, cantem-lhe louvores com adufe e harpa. 4 Porque o Senhor se agrada do seu povo; ele adorna os mansos com a salvação. 5 Exultem de glória os santos, cantem de alegria nos seus leitos. 6 Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e na sua mão espada de dois gumes, 7 para exercerem vingança sobre as nações, e castigos sobre os povos; 8 para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro; 9 para executarem neles o juízo escrito; esta honra será para todos os santos. Louvai ao Senhor! 150 1 Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder! 2 Louvai-o pelos seus actos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza! 3 Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa! 4 Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta! 5 Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes! 6 Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!